AOTY2019: Oh Mob!

O melhor anime que assiste lançado em 2019 foi a sequência de Mob Psycho 100. Porque é algo que realmente consegue façanhas. Os dois personagens principais (Mob e Reigen) continuam se desenvolvendo e ganhando relevo. Entretanto, há sempre algo acontecendo com os personagens secundários. E nem em meio à confusão deixam de reavaliar posições e amadurecer. O tema da construção da boa vida contra a prepotência e a ganância continua firme e forte. É também uma história que lida com a ideia de conexão, do aprofundamento das relações de amizade. Mas em um nível menos artificioso do que Sarazanmai, outro excelente anime da temporada. A história, que poderia ser episódica, traça um arco narrativo muito convincente a partir de certo ponto, e mesmo as viradas dramáticas se mesclam tão bem que mesmo na tragédia nada parece fora do lugar. E ainda mais: Reigen finalmente se dá mal – o charlatanismo tem limites. Mas há redenção também. E é absolutamente incrível como as lutas são tão ou ainda melhores do que o melhor anime de lutinha da temporada. Pois de fato Kimetsu no Yaiba tem lutas – e explora inteligentemente cenários de luta surpreendentes (o demônio da seta, o demônio da casa nos eixos xyzh, a quase morte contra um dos seis inferiores e a dança do fogo). Mas nada que no quesito trabalho conjunto chegue perto das investidas contra Shimazaki, um dos 5 derradeiros, que se teletransporta loucamente. (outra luta de 2019 que poderia ser lembrada: Fujiko contra Binkam, em Lupin the IIIrd: Mine Fujiko no Uso, do Koike).

Queria, entretanto, fazer algumas menções honrosas. Com a adição de Cencoroll 2, Cencoroll virou um belo filme de 90 minutos, com monstros extremamente cativantes e um monte de adolescentes japoneses marrentinhos. A Saga de Tânia a Má continua em um longa, no mesmo nível da série, com boa dose de cinismo e a adorável protagonista lolita loirinha comandante de guerra empresário neoliberal garota mágica. As cenas de guerra continuam impressionantes, e as caras de decepção de Tânia impagáveis. Por fim, a primeira temporada de Beastars traz uma abordagem mais adulta da adolescência, das tensões sexuais e hormonais (exageradas por se tratarem de animais antropomorfizados, alguns carnívoros), além da característica sensação de andar na beira do abismo da marginalidade que acompanha essa fase turbulenta da individualidade. O arco inteiro só peca pela quantidade inverossímil de leões derrotados no episódio dos shishigami. De resto, é daqueles que leva a exclamações. Porque imagens animadas excelentes existem em quantidade, mas roteiros muito bem escritos já não.

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