retrospectiva 2013

1. o melhor show que já toquei, considerando-o em sua integridade total, 11 de janeiro de 2013 no plano-b, lapa, rio de janeiro, com o meu duo epilepsia. saiu em disco, pode ser ouvido e baixado em:  TOC011 | epilepsia – death raving: delirando mortes – epilepsia ao vivo no plano-b. escrevi sobre o processo de produção desse álbum em cinco episódios, no concha produz, tag epilepsia. (o álbum existe também em fita k7 e pode ser adquirido com eles ou comigo, só entrar em contato)

2. comecei a dar aulas como educador. tive carteira assinada. finalmente mudei em belo horizonte para belo horizonte (após mais de 3 meses de favor na casa dos koole, moro hoje com rai e suas duas gatas min e mel no esplanada). aguentei firme o primeiro semestre e cheguei um pouco mais maduro, certamente mais calmo, ao segundo. estou gostando. no segundo semestre produzi um blog de educador: iwaokabumbh.concatena.org.

2. fiz 30 anos, ou 31 ou 41. pensei sobre isso. fiz planos de lançamentos para comemorar a terceira década. coletâneas do que produzi: um livro, um conjunto de postais, um dvd de vídeos e um cd com trechos de shows ao vivo. peguei meus caderninhos e li algo, visitei raquel schembri e lhe consultei sobre fotos. ao final, lancei apenas o dvd, graças ao esforço de tiago de mello, junto ao nme (participei também de uma coletânea de músicas deles). fiz um e outro vídeos curiosos divulgando os shows de lançamento, que ocorreram em bh, juiz de fora, campinas, são paulo e rio de janeiro. (o dvd pode ser adquirido comigo ou com eles, idem).

3. troquei de blogue, do posterous, que fechou por conta do malévolo twitter, para o blogspot e finalmente o wordpress (em maio), o qual pretendo continuar. assinei um servidor e comprei um domínio – seminalrecords.org, a ser dividido com os meus colegas marco scarassatti, jean-pierre caron, alexandre fenerich e matthias koole. esta é a minha nonagésima sexta postagem esse ano no meu blogue. destaco aqui algumas delas, com nomes resumidos: destruição, carnaval, muh, deuses, leibniz, paciências, mitologia, tatcher, bh, purgatório, hitler, publicidade, paredes, reforma, memória.

4. deixei de ir com a j.gar.cia de dança para uma turnê norte-nordeste. escalei aquiles guimarães e eles se deram muito bem. escrevi instruções para ele, e também esse texto explicativo. de algum jeito, jorge deu um jeito de se machucar e remodelou seu solo nihil obstat em uma dança de grupo intitulada imprimi potest, retomando seu plano de nunca finalizar totalmente essa dança. a trilha é de aquiles. ainda não tive oportunidade de ver.

5. junto a matthias koole, inventamos e realizamos 16 edições do evento quartas de improviso, das quais 14 ocorreram no bar nelson bordello, centro de belo horizonte. excertos das sessões de improviso, no que concerne à parte musical, podem ser ouvidos aqui no soundcloud.com/quartasdeimproviso/sets.

6. toquei algumas vezes com o infinito menos, trio com koole e mário del nunzio, três improvisos podem ser escutados em soundcloud.com/infinito-menos.

7. resolvi ler, mas de cabo a rabo, os livros de nietzsche. esse ano foram aurora, genealogia da moral e gaia ciência, mais um texto péssimo anterior ao sobre a tragédia (um rascunho deste). resolvi estudar latour, comecei pelo esperança de pandora e parti para jamais fomos modernos seguido de ciência em ação. para situar-me em relação ao último, li dois livros do whitehead, um bom filósofo que me parece prejudicado por ser um escritor medíocre e um pouco confuso/velhaco. destaque leitura do ano, recomendada por nana, da oi kabum! bh, jacques rancière, o mestre ignorante.

8. quando mudei encontrei marco scarassatti numa mesa de bar. ele me apresentou felipe josé e disse: ele está querendo improvisadores para tocar. me integrei então, ao ensaiaro jogo musical cobra de john zorn, o coletivo d’istante. ensaiamos às sextas no ccult ufmg e efetivamos no 11 de setembro o jogo completo (no evento quarta 12e30). tocamos em diversas ocupações de rua da cidade de belo horizonte, ligadas aos movimentos e manifestações populares que têm felizmente tomado a cidade. o coletivo maria objetiva fez esse clipe bonito, filmando uma dessas ocasiões. outro dia fomos à casa de edson fernando e provamos a melhor cerveja de bh (feita por ele) com, pasmem, uma porção de couve-flor gratinado com pimenta salpicada.

9. os filmes que mais gostei foram a cidade é uma só, de adirley queirós (ceilândia e arredores) e o som ao redor, de kleber de mendonça (recife brasilzão). ouvi bastante o novo ep do pixies, ep1 (e a última música do novo do smashing pumpkins, oceania). recomendei o preto sobre preto, do -notyesus>, o novo do tony da gatorra, paiz sem lei; lembrei de ouvir o tannenbaum, do kevin drum, bem como um tanto de asva. dancei ao som de la monte young e steve reich algumas vezes. o espetáculo de dança que mais me impressionou foi o paraíso: coleção privada, de marlene monteiro freitas e a bomba suicida.

10. fui curador adjunto da série de música experimental do centro cultural da ufmg, comandada por marco scarassatti. apelidei a mesma, música de invenção: experimental e improvisada, de MIEI. programamos os grupos: schlag! + frauke aulbert; erik drescher; mário del nunzio; coletivo d’istante; aquarpa; abaetetuba; derivasons; hrönir; kasper toeplitz. como essas duas últimas foram juntinhas, acabei inventando um evento em que pudessem tocar de novo, o bhnoise. tive apoio no qi e nesse evento pelo não-onda.

11. pratiquei contato improvisação junto ao pessoal do marcenaria, às terças: dulce, vinicius, guilherme koeppel, nabo, patrícia. convenci paulinha, cori e leo mascarenhas a irem. mascarenhas continua indo. abri a partir de agosto ou setembro, uma jam, na georgette zona muda, meio pelo qual poderia me integrar mais ao metacoletivo espaço escritório de artistas. poucas pessoas foram, mas houve ocasiões maravilhosas.

12. tomei café ruim e cerveja ruim mais do que esperaria de mim mesmo. comi pão com plástico derretido (margarina). comi mais torresmo do que em todo o resto da minha vida. fui em algumas festas, nem tantas. sai para beber mais vezes do que o habitual. fiquei um ano sem meus cds, meus lps, meu toca-discos, meu toca-cds, meu aparelho de som, minhas caixas de som e meu piano. sobrevivi.