Hundred: Clichê Errado

“Eles chamam essa série de 100 porque já vimos essa história 100 vezes por aí”. O predestinado, macho alpha japonês, atrapalhado mas de bom coração, ingênuo, chega a uma escola especial, ao qual se destaca rapidamente dado suas habilidades incríveis, adquiridas em um evento em sua infância traumática. Rapidamente vê-se rodeado de mulheres, todas moe, em uma típica formação de harem sem sexo (com closes eróticos e tropeções excessivamente fortuitos). Não lembra bem de como se tornou tão forte, mas é claro que todas as pessoas que lá encontrou serão personagens importantes. Passa então a defender a humanidade de monstros do espaço (muito feios e sem graça, por sinal), e lutar (de leve) contra seu monstro interior, dominando-o rapidamente. Banalidades preenchem espaço e enfim encontra contra-heróis, integrantes inconscientes de uma conspiração contra a humanidade. Há então uma grande crise, e a pior cena de deus ex machina que já vi em animes (com direito à participação de uma deusa adormecida, para piorar). 

Sim a música, a partir de agora terá o poder de afastar o temível barulho, que antes abalava a crise e comprometia seriamente toda a sociedade de heróis. Mas 1) elas não estavam justamente cantando antes? Em um estádio arrumado para shows, inclusive. 2) É claro que se o amuleto mágico que confere poderes individualizados faz a ídolo voar, então fará a cadeirante andar (e agora para sempre, dado o toque da deusa). 3) E a cena de infância que antecipa o bordão: “a música faz bem”; “elogiar minha música mudou minha vida, resolvi ser cantora”; e por fim “a nossa canção salvará a todos” (de fato!). 4) Ah, o coração humano – nada como uma canção pop pegajosa e sem graça, cheia de notas e harmonias banais, a banalidade caracteristicamente humana que garante uma longa distância das máquinas de ruído, os savages mortais. 5) E assim fecha se um ciclo. Consegue-se uma solução caída dos céus (e não é que a deusa vem voando?), completamente arbitrária, ao mesmo tempo que infinitamente previsível.

E esse gráfico incorreto? Como todo o resto na série, segue o clima de “já tá bão”. Mas imaginem se estivesse certo, isso é, flipado (*-1) em relação ao ruído: soaria exatamente ao ruído até que só houvesse silêncio. De modo que só pode ser outro tipo de “cancelamento”, que tampouco será um mero mascaramento (embora o rosa mascare o verde quando este tem pouca intensidade). Música ruim bombando? Cancelamento se refere à “interferência cerebral provocada pelo ruído” na verdade. Cancelamento é uma palavra mágica que tornará possível uma explicação soberana. {ハンドレッド, 2016, 12 episódios – nota 1/10}

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