Kogepan traz como personagem principal um pão que, tendo caído para dentro da fornalha no momento de sua retirada, acaba ficando queimado e impróprio ao consumo. As cenas seguem o esquema infantil de intercalar cartelas em que há escrito o que é falado e pequenas cenas-esboço. O show como um todo é uma comédia de costumes de uma sociedade-empresa panificadora, fazendo alegorias para relações humanas simplificadas / infantis.
Kogepan, tomado de melancolia quando só, ou rabugento quando com os outros, admira os belos pães que são dispostos à venda e prontamente adquiridos pelos clientes. Por trás de sua amargura por sua condição, há também uma cativante docilidade de alguém que realmente se importa, pois não toma como garantido ser bem assado. Em meio a lamentos tenta travestir-se de belo pão, faz exercícios, estuda métodos e aplica opcionais em si, com poucos resultados. Por fim, pensa em suicidar-se. Mas para quê? Diferentemente dos felizes e belos pães que prontamente se integram ao mundo de consumo, Kogepan pode ter uma vida. Tem a oportunidade de conviver com seus amigos queimados, que vivem ao largo da sociedade, mas sem grandes percalços. Frequentemente serve-se da alegria que é afogar suas mágoas em bebida.
A impossibilidade de sucesso significa que ele, ao invés de ser consumido, ele pôde encontrar pessoas, desenvolver amizades duradouras, viajar e experimentar uma gama muito mais variada de emoções. Poder sofrer e lidar com a existência. É um bom fracasso, e por isso o pão queimado cativa, enquanto o bom pão apenas delicia.
(こげぱん, série de animação de 10 episódios de 5 minutos, 2001, nota 8/10}