sonhei que subia até o terraço de um prédio estava sozinho via um atirador de flechas com 10 flechas enfileiradas posicionadas para atirar no terraço do outro prédio as atirava as duas da extremidade caiam pra fora em toldos eu ficava preocupado é alto se cai lá embaixo alguém se machuca o artista deve ter previsto isso deve ser muito seguro saio pra explorar encontro um rapaz simpático e gordinho ah você acionou a obra na verdade estávamos apenas esperando o senhor cage terminar a palestra nossa então a disposição das flechas no outro prédio seria uma partitura eu estraguei tudo fico super envergonhado mas não tem problema dá uma risada espirituosa ele vai achar engraçado que isso eu vou buscar as flechas ele atira de novo não não não precisa mas eu vou desço viro para o complexo alimentício uma rampa uma coisa meio chinesa falo com o dono ele indica a escada de emergência subindo a plataforma mas ela dá no puro concreto sem ter por onde escalar
postado em 18 de março de 2017, categoria sonhos : arco e flecha, john cage, partituras, sonho
a respeito do artigo éter, silêncio, vazio: experiências problematizadas, disponibilizado aqui.
(i). referências
- dadaforma, a de-compilation of plataforma records (PLATARECS100).
- henrique iwao – §6.4311 (2014).
- henrique iwao – éter 2 (2014).
- nick land sobre georges bataille – the thirst for annihilation: georges bataille and virulent nihilism, (routledge, 1992, +).
- ray brassier – genre is obsolete (em noise & capitalism, organizado por mattin e iles, arteleku audiolab, 2009).
- to live and shave in l.a.
- ruzelstirn & gurgelstøck (um dos nomes artísticos de rudolf e.ber).
- verbete da wikipedia em inglês sobre os pontos de experiência.
- ghost in the shell, série de mangás e animes, originalmente por masamune shirow (1989-2015).
- código 46, um filme de michael winterbottom (2003); matrix, um filme dos irmãos wachowski (1999).
- compression sound art, vídeo de johannes kreidler (2009).
- babylon sisters and other posthumans, coletânea de contos de paul di filippo (2002, +).
- exemplo de pássaros tocados mais lentamente (– contra +).
- james whitehead em the shortest piece of music, aborda questões muito caras e por vezes parecidas ao que eu me preocupei (especialmente em §6.4311) (também de 2014).
- gx jupitter-larsen – vacant lot (1981).
- xylowavepoderes, uma postagem desse blogue (2012).
- a anedota sobre terry jennings (há um erro na segunda aparição do nome no artigo) foi lida aqui, e apesar de lembrar da história, não consegui achar uma outra fonte para a mesma (mais confiável).
- parece que os feitos de henry flynt estão cada vez mais presentes na cultura (vídeo de uma retrospectiva, 2013).
- recomendo bastante a leitura do livro no medium, de craig dworkin (+, –, 2013).
- jens brand trata de stille-landschaft em sua página (2002).
- christian wolff: stones (CD, editions wandelweiser, 1996 , +).
- ano passado escrevi um artigo sobre o álbum assonâncias de silêncio, de raquel stolf, para a revista linda.
- 0’00” de john cage pode ser uma peça cheia de sons (1962); silent prayer, por outro lado, não (1948).
- meu conhecimento das obras de jarrod fowler, como 70’00″/17, é meramente textual.
- henrique iwao – 13 horas de nada; 24 horas de nada (2015).
- a peça mencionada de mieko shiomi é boundary music (1963).
(ii). discussões.
- no congresso da abre, ana rita nicoliello questionou meu entendimento da noção de experiência. como ela estudava john dewey, resolvi considerar o “a arte como experiência”. lá, dewey insiste na completude: “começo, meio e fim”. seria necessário usar de modo interessante a insuficiência e incompletude, quanto a esse esquema (mesmo que estes formem totalidades estéticas). também ao vitalismo é preciso responder: a arte não procurará acentuar a vitalidade, nem ampliar a vida humana (não buscará a sinergia com “a estrutura de seu organismo”).
- nas minhas anotações constam observações confusas:
- a arte sem finalidade tem como resultado não apenas o improdutivo, mas o não-cognitivo (uma formulação negativa: cinismo; uma positiva: absurdo).
- o anti-cognitivo como um não-sublime (sublinhar a insuficiência).
- pode ser aproximado do sublime pós-moderno (brassier) [mas seria mais tornar possível intuir que podem haver outros entendimentos do que são regras do que propor que existiriam regras impossíveis]
- habitar a borda da arte: não-experiência como um tipo experiência (remissões)
- no seminário livre do sô(m), com a performance de éter 2, versão performance, 30 minutos, comentaram, mencionando john cage, que “saindo da música entra-se no teatro”. aspectos enriquecedores da experiência notados: a iluminação modula a escuta; no silêncio, o público percebe o seu próprio corpo mais (como uma experiência proprioceptiva especial), por não poder fazer barulho; o público, pela atenção do performer no palco, percebe cada pequeno movimento dele como parte de um drama; o silêncio atua às vezes como um limite da escuta – aquilo que a aguça, ou a origina; o silêncio desloca a escuta para a visão (ver os gestos, não ouvir direito o resultado sonoro, mas imaginá-lo).
- um rapaz lembrou da experiência de chegar em casa de madrugada, querer fazer várias coisas, mas não poder, por medo de acordar os pais. lembrou do cuidado excessivo com que se movimentava nessas ocasiões, quando jovem.
- no mesmo evento citou-se o buda tv, do nam june paik, porque poderia constar nos meus exemplos.
- pedro marra mandou-me o artigo de douglas kahn: silence and silencing (a ler); também comentou e enviou o livro, de don ihde: voice and listening (a perguntar qual trecho teria relação mais direta com o debate). acredito que tergiversando, miguel javaral mandou-nos um artigo, com um nome curioso (a ler): finishing school: john cage and the abstract expressionist ego, de caroline a. jones (“silêncio como estratégia queer“, disse ele).
- apontaram-se dois tipos de fracasso em relação à performance: fracasso no sentido de que era difícil ouvir o que se produziu por mim; fracasso da performance por ser demasiado dramática/rica. o seminário pode ser reouvido aqui.
- foi comentado que a dicotomia “experiência / não-experiência” é tanto imprecisa demais, quanto dura demais para acomodar o projeto, mas que dá o que pensar (espero que não por ser confusa, mas por ser instigante).
- tentei explicar, no caso de §6.4311, que a não-experiência poderia ser uma qualidade intrínseca da obra e não da fruição (a maneira como ela se organiza aponta racionalmente para uma impossibilidade).
- na sessão aberta do fime, após o vídeo (éter 3) comentei sobre a possibilidade de criar algo como uma não-meditação. lembramos da competição de “não fazer nada” anunciada na coréia do sul.
- por algum motivo, talvez lembrando dos textos de lyotard no inumano, mencionei “a melancolia como a essência da produção conjunta” (do silenciamento, espero).
- em um sentido o muzak e a música de mobília de erik satie não são voltadas para a experiência de escuta. mas elas rapidamente se tornam indícios de presença humana, o que eu gostaria de evitar.
- javier bustos mencionou a ideia de um “espaço sem conteúdo” e depois de um “conteúdo sem suporte”. a especular. (conteúdo sem suporte é uma formulação bem no estilo da xylowave).
- j.-p. caron gostou do texto a ponto de incluir ele e éter 2 como parte de seu módulo (v: processos de individuação e sutura arte/ciência/política) no curso de extensão da faculdade de pedagogia da ufrj, arte e devir, arte do devir, coordenado por bernardo oliveira.
postado em 16 de agosto de 2016, categoria textos : §6.4311, 0'00", 13 horas de nada, 24 horas de nada, assonâncias de silêncio, babylon sisters, boundary music, buda tv, caroline a. jones, christian wolff, código 46, compression sound art, craig dworkin, dadaforma, debate, discussão, don ihde, douglas kahn, erik satie, éter, éter 2, experiência, genre is obsolete, ghost in the shell, gx jupitter larsen, henrique iwao, henry flynt, james whitehead, jarrod fowler, jens brand, johannes kreidler, john cage, john dewey, masamune shirow, matrix, mieko shiomi, muzak, nam june paik, nick land, no medium, paul di filippo, plataforma records, raquel stolf, ray brassier, referências, rudolf e.ber, ruzelstirn & gurgelstøck, silent prayer, stones, terry jennings, the shortest piece of music, the thirst for anihilation, to live and shave in l.a., vacant lot, wandelweiser, xylowave
estúdio do merce cunningham
10 regras para estudantes e professores, por john cage (na verdade, escritas por sister corita kent)
1. ache um lugar que você confie, e então, tente confiar nele por um tempo.
2. (deveres do estudante)
tire tudo que puder do seu professor.
tire tudo que puder dos seus colegas.
3. (dever do professor)
tire tudo que puder dos seus alunos.
4. considere tudo um experimento.
5. seja auto-disciplinado. isso significa achar alguém sábio ou esperto e escolher segui-los. ser disciplinado é seguir de um modo bom. ser auto-disciplinado é seguir do modo melhor.
6. siga o líder. <nada é um erro>. não há vencedores nem perdedores. só há fazer.
7. a única regra é trabalhar. se você trabalhar isso vai levá-lo a algo. são as pessoas que fazem todo o trabalho o tempo todo que eventualmente chegam a algo. você pode enganar seus fans, mas não outros jogadores.
8. não tente criar e analisar ao mesmo tempo. são processos diferentes.
9. seja feliz sempre quando você pode. desfrute-se. é mais leve do que você pensa.
10. nós estamos quebrando todas as regras, mesmo nossas próprias e como sabemos disso? deixando bastante espaço para qualidades “x”.
boas dicas:
sempre esteja por perto.
vá e venha a tudo.
sempre vá às aulas.
leia sempre tudo o que você puder por as mãos.
veja filmes com atenção e sempre.
guarde tudo. pode ser útil no futuro.
postado em 6 de junho de 2015, categoria oi kabum bh : john cage, merce cunningham, orientação, pedagogia, professores, regras, sister corita kent
no dia 13 de dezembro será lançado meu álbum éter 2, pela seminal records, no seguinte endereço: www.seminalrecords.bandcamp.com/album/eter2. abaixo, um dos textos do encarte.
Comecemos pela possibilidade de colocar um objeto nu (4’33”, de John Cage). Depois, de usá-lo, dizendo: é preciso escutar. E então ampliar esse ato disciplinado de atenção (0’00”). Esfumaçar as fronteiras entremundos. Ou estabelecer e habitar fronteiras: Mieko Shiomi pedindo o som mais sutil. Muito tempo depois, o grupo Wandelweiser.
Brincar com a possibilidade de indiscerníveis. Dizer: a ocorrência no tempo diferencia as partes, as músicas. Ou ainda, o toca-CDs é um relógio de quatro minutos (70’00″/17, de Jarrod Fowler). Dizer: a duração e a autoridade diferenciam as partes, as músicas: o convite de Guilherme Darisbo para coletânea DADA do selo Plataforma Records.
Querer, como Cage, silenciar um pouco a presença humana (Silent Prayer), seus sons, suas imagens. No estilo o melhor da internet, usuários postam uma, cinco ou dez horas de nada e/ou de “absolutamente” nada. Zen for Film (Nam June Paik) ampliado, planificado. Se a conexão é estável, muito pouco ruído. ‘Se seu computador dormir, acordará sem pedir a senha. Desculpe-me não estar em qualidade HD’ (SpritePix). Alguns desses vídeos usam tela branca. Mas o transparente não deveria aparecer como preto, em um vídeo para internet? Erro conceitual? – Uso expressivo do branco/fala em Hurlements en Faveur de Sade, de Guy Debord.
Seguindo Raquel Stolf (Assonâncias de Silêncios), é possível empilhar silêncios? E se pensarmos em termos de mascaramento: não estariam os sons mascarando um silêncio subjacente? Um negativo de substância, vazios e nadas permeando. Ou então: soterrados. Tal qual a noção de espaço, quando lhe tiramos todos os objetos. Que inexistência e omnipresença sejam homoefetivas não garante que suas ideias correspondentes também sejam.
postado em 11 de dezembro de 2014, categoria obras, textos : 0'00", 10 horas de nada, 13 horas de nada, 4'33", álbum, artigo, assonâncias de silêncios, boundary music, espaço, éter 2, guy debord, henrique iwao, homoefetividade, hurlements en faveur de sade, jarrod fowler, john cage, lançamento, mieko shiomi, nam june paik, raquel stolf, seminal records, show, silêncio, silent prayer, substância, vazio, wandelweiser, zen for film
fizemos uma avaliação na aula passada e foram levantadas algumas estratégias para a segunda parte da disciplina.
SMIPS: Sistemas Musicais Interativos e Performance Sonora – Educador Henrique Iwao, 2013. Avaliação de meio de semestre. Nome do educando / Área /
1. Comente sobre sua assiduidade na disciplina, incluindo os critérios de presença e pontualidade. 2. Como é a qualidade de participação sua na disciplina. 3. Comente sobre suas atividades extra-classe relacionadas à disciplina. 4. Descreva o que você se propôs a fazer nessa primeira metade do curso e compare com o que você efetivamente fez. 5. Escreva sobre o que espera que seja feito de sua parte na próxima metade do curso. 6. O que você considera necessário em termos de ações para que a apresentação final de curso seja bem sucedida?
- cada aluno deve terminar um projeto. deve tentar garantir que esse projeto de instrumento / extensão de instrumento seja robusto, isto é, aguente manuseio. aqueles que não possuírem projeto-instrumento devem ver se podem aproveitar um projeto de outro aluno que fez mais de um. essa etapa não pode demorar mais do que 2 ou no máximo 3 aulas. (isto é, mais no máximo 2 aulas).
- cada aluno deve desenvolver (experimentar) um solo de música/ruído em seu instrumento, entre 1 e 2 minutos.
- é preciso planejar ensaios.
- é preciso definir como usar elementos de microfonação extra e eletrônica. por exemplo: pedaleira de efeitos, mesa de som, instrumentos ligados no pure data (adc~).
para um trabalho de referências alguns nomes colocados foram: nicolas collins, pan&tone (cristiano rosa), david tudor, sachiko m, o pato fu (que usa o draudio em alguma canção do música de brinquedo), reed ghazalla, john cage.
sobre improvisação e jogos musicais ainda temos que pesquisar.
postado em 10 de outubro de 2013, categoria oi kabum bh : avaliação, david tudor, draudio, john cage, nicolas collins, pan&tone, pato fu, pure data, reed ghazalla, sachiko m
1. magman, skark mandril theme (a capela); da minha época, nintendo, ainda sem 3D. eis o original.
2. pampaloose interpretando lady gaga, telephone.
3. johannes kreidler, split screen studies (estudos de telas divididas).
- 1/4: vários livros lidos ao mesmo tempo; coro passando frio.
- 3/4: diversas experimentações. für elise, de beethoven, com piano dividido em várias telas.
- 4/4: dividindo john cage, 4’33” (peça de silêncio); dividindo “segurar o som por um longo tempo”, de la monte young.
postado em 11 de agosto de 2013, categoria oi kabum bh : capela, johannes kreidler, john cage, lady gaga, pampaloose, smooth mcgroove, videojogo, youtube