Alguns lembram do episódio do romance de Yoshikawa em que Takezo é rebatizado como Musashi. Isso se dá pela possibilidade de que o monge Takuan, leia os dois ideogramas [武蔵] de um modo mais nobre, depois que de encrenqueiro o protagonista encontra forçosamente o budismo e depois se coloca no caminho da espada.
Em Kizumonogatari, parte 1, no encontro de Hanekawa e Araragi ela não apenas sabe o nome do protagonista, mas faz questão de mostrar que sabe quais são os ideogramas empregados.
Em Kill la Kill os momentos “aleluia” de Mako exploram trocadilhos. Em um certo momento, ela fala sobre algo adorável 素敵 (suteki) e a imagem mostra um ステーキ (sute-ki: steak, bife). Geralmente, um som (idêntico ou muito similar) é usado para procurar uma outra forma de escrita, que por sua vez dá origem às inusitadas figuras que acompanham em paralelo os discursos desvairados de Mako. Coletar todas essas aparições e explicar as imagens parece um bom projeto, mas meu japonês precisaria melhorar bastante para que eu pudesse fornecer as chaves aqui. Uma boa alma o fez para a curta aparição do episódio 23.
Koko de taoreru wake niwa ikanai mon (ここで倒れるわけにはいかないもん): as partículas にわ são lidas como 二羽 que é um contador para pássaros (a figura é de Mako como dois patos estranhos); poderia ser lido como um jardim também; “いか” é separado para gerar 烏賊 (ika), lula. Kono fune mamorenai to (この船守れないと) é simples: mostra um barco de sushi quando ela fala em 船 (barco), e usa ナイト (naito), “knight = guerreiro”, do inglês, para a contração de ないといけない (dever fazer algo, não poder deixar de fazer algo).
Fiquei pensando também na possibilidade de, em uma palavra, separar os ideogramas e lendo-os separado, gerar imagens surreais, “trocadilhos ideogramáticos”, ou então, brincando com leves diferenças de escrita, gerar sons totalmente diferentes. Não sei se isso de fato ocorre.
Para ficar no mesmo tipo semi-normal (trocadilho fonético acompanhado de deslocamento ideogramático, que acompanha a semântica), um exemplo de Gabriel Dropout, em que a anja sacana Raphi faz com que Vigne vista uma roupa de urso, após dizer que ela precisa se vestir mais como um demônio (que é o que Vigne é). Já com a roupa, Raphi diz “ah, kuma” (oh, urso), pra depois concluir “akuma” (demônio).