3 histórias que ouvi

1. a história do rapaz que pediu um cd do bon jovi para a sua mãe e recebeu um do joão bom jovem. anos depois, a história de um outro rapaz, também belo horizontino, que foi dispensado por sua namorada crente, que começou a namorar um não tão jovem joão, o mesmo.

2. a história do colega que capinava seu jardim quando viu um pedaço de plástico no chão. imaginando ser o braço de um bebê de plástico, todo queimado, abandonado por uma criança raivosa, pensou em tirar uma foto afim de troçar aos colegas “se alguém quando criança perdeu um braço de um querido amigo nas imediações de ___, por favor manifeste-se, pois o encontrei”. mas depois, ao puxar o braço, não era um braço; não era nem de plástico. era um pênis de borracha dura, gigante, coberto de fungos, um baita consolo. teria sido largado por antigo morador da casa ou atirado da rua por cima do muro? a quanto tempo estaria ali, por quais aventuras teria passado? o colega, após lavar o pênis com cândida, desistiu e jogou-o fora. semanas depois ganhou uma viagem pro butão. teria sido um presságio? lembrou dos falos protetores nos frontispícios. quase se arrependeu de não ter mais o pênis.

3. a história contada por um velho numa fila na lotérica, que não entrava na preferencial porque tinha tempo e saúde, e tinha que gastar como todo mundo sua saúde, mas tinha ainda mais que gastar seu tempo, porque não trabalhava.  ele contou de outro velho que usava a fila preferencial. esse outro velho carregava inúmeras contas e um monte de dinheiro, porque aceitava dos vizinhos fazer isso se ganhasse 5 ou 10 reais de cada pelo serviço. ele era um pouco trouxa, porque carregava tudo isso na mão, dava muita bandeira.


postado em 6 de novembro de 2014, categoria crônicas : , , , , , , , , , ,

hoje como ontem: sempre igual

nesses últimos dois dias tive a oportunidade de assistir a trechos de shows recentes das bandas the who e ac/dc, na tv a cabo na casa de minha mãe e projetado na casa de melina scialom, respectivamente.

não gostei do show do the who. as músicas eram os velhos sucessos, e o the who era o the who, mas velho. por mais que tocassem há pouco, só na aparência estavam empolgados; havia indícios de nostalgia, da sensação de um olhar para trás, ou ainda, segundo a fórmula de zizek, de “olhar o olhar que outrora via”: o palco era grande demais, a voz e os movimentos sem aquele brilho juvenil e sobretudo os timbres não eram os mesmos; os equipamentos não eram os mesmos: a timbragem parecia resultar dantes de uma modernização tecnológica, longe do <som> que levaria a garotada à loucura. a música era a mesma, no que há de notado nela. o espírito não.

já no caso do show do ac/dc, mesmo sem gostar das músicas em si, pude assistir com entusiasmo: gritos roucos e corridinhas de uniforme pela plataforma, suor e vibração. claro que são cinquentões, mas continuam lá, fazendo o mesmo, de modo que, se tocaram músicas como black ice, de 2008, eu nem ao mesmo pude distingui-la das outras. o sempre novo ac/dc, sempre o mesmo.

“i´ll pick up my guitar and play like i did yesterday.”


postado em 25 de março de 2012, categoria Uncategorized : , , , ,