ritornelo 1

sempre tenho dúvida quanto a se é para tocar duas vezes cada parte das partitas de bach, dos movimentos com ritornelos no meio e no final. glenn gould opta, por vezes, por tocar apenas os da primeira parte. na última sonata de beethoven, ele ignora a barra de repetição, no movimento de variações.

webern mantém ritornelos nas suas variations op.27, inserindo-se assim, mais do que uma primeira impressão poderia sugerir, na longa tradição, desde o barroco até mozart e além até webern.

o botão repeat: “mais uma vez, sentir” (como um segundo café, um segundo pedaço de bolo); o botão tocar, apertado de novo: “agora prestando atenção” (como uma revanche). o primeiro é ligado antes do final, o segundo, acionado após.

Xsapréss, de rafael sarpa, para piano, contém dois ritornelos.

diz a canção dos pixies, trompe le monde: “e as palavras são as letras das palavras ditas. (…) essa canção é duas vezes ocorrida e agora é hora de sair de férias.”


postado em 15 de maio de 2012, categoria Uncategorized : , , , , , , , ,