escreve seth kim-cohen em in the blink of an ear: toward a non-cochlear sonic art, pag. 203
One feels sorry for the musicians. It seems an unfair assignment to play with a man like Bob Dylan. One is likely to be victimized; Dylan may opt for a version of the song that fails to display your talents. Perfectly good players are immortalized playing indecisively and sloppily on a recording that sells in the millions and is played on the radio five, six, or seven times that often in the forty years since its release.
Dá para sentir pena dos músicos. Parece injusto tocar com um homem como Bob Dylan. Eles podem ser vitimados; Dylan pode optar por uma versão da canção que falha em mostrar seus talentos. Músicos perfeitamente bons podem ser imortalizados tocando de modo incerto e desleixado num álbum que vende aos milhões e é tocado no rádio cinco, seis ou sete vezes mais nos 40 anos desde de seu lançamento.
em 2010 eu estava preocupado especificamente em explorar a indecisão, o incerto e o pânico na improvisação livre. escrevi nessa época essas considerações e fiz o vídeo abaixo.
dia 27 de outubro de 2012, a partir de por volta das 14h houve um concerto do nme, nme8, na praça do côco, campinas. fui o último a me apresentar. toquei um improviso, com cerca de 20 minutos de duração.
henrique iwao: máquinas fotográficas, piezo, gravador portátil (voz de j.-p. caron e outra), gravações realizadas em alter do chão (pará), laptop.
durante a virada cultural, essa epopéia carnavalesca da arte paulistana, no paço das artes, tocarei em um evento organizado por ricardo carioba, o sonora paço.
1. tocarei, ao que tudo indica, dois estrobos fracos, de 60W, virados para o público. a princípio os estrobos tem seus eletromagnetismos amplificados, e produzem som. penso que deve haver algum jogo entre luz e som, indo da relação sincrônica até a assincrônica, talvez por uma operação simples de defasagem. quero também o inverso: um fundo de ruído branco, com as luzes dos estrobos causando silêncios. poderia chamar tudo isso de contra o flash, algo que deve aprofundar as relações esboçadas em Da Série “Transposição Musical, por Analogia, dos Estudos Críticos Marxistas”: Fim da História/Esquizofrenia (2011, um vídeo documental de uma das performances pode ser visto aqui), mas dificilmente estará escuro. estou ainda pensando sobre as amostras, se uso ou não, mas quero um rádio, e a mesa de som curcircuitada. espero poder tocar alto, apesar da minha própria tendência natural a tocar apenas médio-alto.
2. o ano de 2012 promete: há eleições e que eu saiba os cachês são cortados pela metade. o centro cultural são paulo “fechou para reformas”. vamos ver lá se reformaram mesmo, ou se o dinheiro sumiu. os alugueis subiram tanto que voltei a morar em campinas com minha mãe. políticos, desapropriações e imobiliárias.
dias 5 e 6 de maio, a partir das 16h, até às 23h. paço das artes: av. da universidade 1, usp, cidade universitária, são paulo, cep 05508-040. cartaz de carlos issa.
meu show é dia 5 de maio de 2012, sábado, às 21h50, mas apareçam para ver os outros!