1. Não é que devamos erigir um conjunto de princípios morais para evitar que Hitler legitime seus homicídios idiotas, pois não haveria nenhum princípio desse tipo que o próprio Hitler não pudesse usar em seu benefício. A resistência contra alguém como Hitler ou Stalin não pode significar, em absoluto, uma luta ‘pelos valores autênticos’, ‘pela civilização’, ‘contra a barbárie’ e justificativas semelhantes. Para defender-me, não preciso de uma moral. [69]
2. Os discursos acerca de desastres sociais (guerra nuclear, extermínio judeu, terrorismo etc.) transformam-se, quase insensivelmente, em discursos apologéticos do ser, como quando se fala que uma guerra nuclear seria ‘o fim da nossa civilização’, como se a civilização sem a guerra nuclear existisse, ou como quando se fala do nazismo como da ‘barbárie’, como se alguma vez estivéssemos totalmente fora dela. Utilizam-se retoricamente esses fenômenos sociais, nos quais a condição humana é aumentada a tamanhos imensos, para mostrar que a vida sem esses fenômenos seria ‘civilizada’, livre, não bárbara e ‘verdadeiramente humana’. (Nada como a presença de um monstro para vender a bom preço a ideia de ‘humano’.) [85-6]
3. Hitler continua sendo o grande impulsor da reflexão ética contemporânea: a astúcia da indeterminação se manifesta clara e ironicamente nas condenações éticas das ações de Hitler baseadas em posições filosóficas contrárias umas das outras: para Adorno, Hitler foi possível devido à aplicação irrestrita da racionalidade burocrático-formal, cujo paradigma é a lógica analítica; para Popper, ele foi possível devido à introdução da irracionalidade dialética e do assalto ao princípio da não contradição. Cômico, extremamente cômico! Dada uma filosofia qualquer, é só questão de habilidade e tempo livre fazer com que as ações de Hitler se deduzam dela. O caminho da argumentação é infinito, e da Bíblia a Mein Kampf há apenas o fio de um silogismo.” [103-4]
4. Enquanto os filósofos morais proclamam ser apenas ‘cientistas’, e não pregadores morais, Hitler aproveita para matar alguns milhões. (Hitler conseguiu fazer alguma coisa no terreno da moralidade, assumindo fortemente uma improvisação moral baseada na criação de valores. Não foi publicada uma única obra filosófica de moral que realimentasse tanto a reflexão moral quanto a ‘Solução final’.) [107]
{cabrera, julio. a ética e suas negações. rocco, 2011}
postado em 1 de maio de 2014, categoria excertos : a ética e suas negações, adolf hitler, ética, ética negativa, filosofia, julio cabrera, solução final
1. a vida e obra. escolher compor ou não compor: ‘seria melhor não compor uma obra’. a violência do nascimento, tanto quanto da morte; da criação, tanto quanto da destruição. porque eu deveria preferir produzir a não produzir?
2. jogos mortais: “A morte por gás e morte nuclear são maneiras de fazer que o horrível da morte seja coisa nossa, esteja, de alguma maneira, sob nosso controle. É possível imaginar alegria mais intensa que do controle da morte? Pareceria como se o projeto, consciente ou inconsciente, do homem fosse fazer deste mundo um mundo socialmente horrível, para não perceber que ele é horrível.” [88]
3. camiseta com os dizeres ‘PELA APOLOGIA ACRÍTICA DA VIDA’; outra, menos efetiva, com ‘PELA MORTE {suicídio, abstenção, aborto}’.
4. para serem consistentes as éticas afirmativas não poderiam ser afirmativas. contra nietzsche e sua gritaria em pról da vida, cabrera indica o caminho de uma ética negativa e autodestrutiva. (um cristianismo ético-crítico, deve abarcar a possibilidade do suicídio, da abstenção, e eventualmente dos pequenos assassinatos)
5. “O suicida seria perdoado se ele partisse com algum rumo. Mas o que o suicida radical quer é, simplesmente, sair daqui. / O suicida é um viajante kafkaniano.” [57]
{cabrera, julio. a ética e suas negações. rocco, 2011}
postado em 29 de abril de 2014, categoria resenhas : a ética e suas negações, aborto, abstenção, cristianismo, ética negativa, filosofia, franz kafka, jogos mortais, julio cabrera, nascimento, suicídio, violência
já que as mulheres ainda são minorias (no sentido deleuziano – já que são os homens que podem devir-mulher), há, dizem (meu conhecimento é parco, apenas olhei no facebook) um dia das mulheres. nessa linha, na minha lista de leitura desse ano, estão joanna russ – the female man, e também judith butler – gender problem. a partir de luce irigaray e monique wittig, criticando ferozmente o patriarcalismo europeu kantiano, nick land, esse deleuziano maldito, escreve, no primeiro ensaio da coleção fanged noumena (kant, capital, and the prohibition of incest, 2012, urbanomic – p. 55-80, primeiro publicado em 1989).
[77] The patronymic has irrecoverably divested all the women who fall under it of any recourse to an ethno-geographical identity; only the twin powers of father and husband suppress the nomadism of the anonimous female fluxes that patriarchy oppressively manipulates, violates, and psychiatrizes. By aloowing women some access to wealth and social prestige the liberalization of patriarchy has sought to defuse the explosive force of this anonymity, just as capital has tended to reduce the voluptuous excess of exogamic conjugation to the stability of nationality segmented trading circuits. The increasingly incestual character of economic order – reaching its zenith in racist xenophobia – is easily masked as a series of ‘feminist’ reforms of patriarchy; as a de-commodification of woman, a diminution of the obliterating effects of the patronymic, and a return to the mother. This is the sentimental ‘feminism’ that Nietzsche despised, and [78] whose petit-bourgeois nationalist implications he clearly saw. (…) The woman of the earth are segmented only by their fathers and husbands. Their praxial fusion is indistinguishable from the struggle against the micropowers that suppress them most immediately. That is why the proto-fascism of nationality laws and immigration controls tend to have a sexist character as well as a racist one. It is because women are the historical realization of the potentially euphoric synthetic or communicative function which patriarchy both exploits and inhibts that they are invested with a revolutionary destiny, and it is only through their struggle that politics will be able to escape from all fatherlands.
[79] If feminist struggles have been constantly deprioritized in theory and practice it is surely because of their idealistc recoil from the currency of violence, which is to say, from the only definitive ‘matter’ of politics. The state apparatus of an advanced industrial society can certainly not be defeated without a willingness to escalate the cycle of violence without limit. It is a terrible fact that atrocity is not the perversion, but the very motor of such struggles: the language of inexorable political will. A revolutionary war against a modern metropolitan state can only be fought in hell. It is a harsh truth that has deflected Western politics into an increasingly servile reformism, whilst transforming nationalist struggles into the sole arena of vigorous contention against particular configurations of capital. But, as I hope I have demonstrated, such nationalist struggles are relevant only to the geographical modulation of capital, and not to the radical [80] jeopardizing of neo-colonialism (inhibited synthesis) as such. (…) With the abolition of the inhibition of synthesis – of Kantian thought – a sordid cowardice will be washed away, anda cowardice is the enfine of greed. But the only conceivable end of Kantianism is the end of modernity, and to reach this we must foster new Amazons in our midst.
(ainda acho uma visão masculina demais, no sentido da projeção de esperanças, do sonho da redenção – mesmo que no descontrole, na aceleração das intensidades)
postado em 8 de março de 2014, categoria excertos : feminismo, filosofia, gilles deleuze, immanuel kant, intensidades, joanna russ, judith butler, luce irigaray, monique wittig, mulher, nick land, patriarcado
por quentin melliassoux, the number and the siren: a decipherment of mallarme’s coup de dés (urbanomic, 2012, p. 221-2):
Thus, modernity triumphed and we did not know it. The passionate energy expended, throughout the nineteenth century, upon extracting messianism from its Christian matrix, reinventing a civic religion delivered from dogma, an emancipatory politics beyond the old Salvation; this unprecedent effort, on the part of poets (Lamartine, Vigny, Hugo, Nerval), historians (Michelet, Quinet), philosophers (Fichte, Schelling, Hegel, Saint-Simon, Comte), novelists (Hugo again, Zola) and he who we have never known how to classify, Karl Marx, once more to vectorize the subject with a meaning, with a direction freed from ancient eschatology; all that our masters have instructed us to regard as outmoded par excellence – those dead Grand Narratives, at best obsolete when fermented by solitary researchers, at worst criminal when clothed in the statist finery of Progress or Revolution; all this would nevertheless have succedeed in making one breakthrough up to our times, one only, and at a precise point – a unique Poem that would traverse the twentieth century like a hidden gem, finally to reveal itself, in the following century, as the strangely successful defense of an epoch we had buried under our disenchantments.
Mallarmé would have taught us that modernity had indeed produced a prophet, but an effaced one; a messiah, but a hypothetical one; a Christ, but a constellatory one. He would have architected a fabulous crystal of inconsistency containing, at its heart, visible across its transparency, the gesture of the siren, impossible and vivid, who had engendered it, and engenders it always. In this way the poet would have diffused the ‘consecration’ of his own Fiction among all the readers who agree to nourish themselves on the mental host of his fragmented Pages. And all according to an exacting atheism, for which the divine is nothing more than the Self, articulated with Chance itself.
The Coup de dés as christic crystallization of Chance.
As Christal of Nothingness.
As that which makes no longer being, but the perhaps, the first task – the task to come – of thinkers and poets.
postado em 28 de janeiro de 2014, categoria excertos : absoluto, chance, cristianismo, filosofia, modernismo, quentin melliassoux, stéphane mallarmé, the number and the siren
não é incrível como, do que recebemos visualmente, uma luz (a se passar por um bloco de luzes) a modular no tempo, variando intensamente o tempo todo, extraímos determinações, que nos permitem identificar, apontar e mostrar que há diferentes objetos no mundo?
não é incrível como, do que recebemos auditivamente, um som (a se passar por um aglomerado de sons) a modular no tempo, variando intensamente o tempo todo, extraímos determinações, que nos permitem identificar, apontar e mostrar que há diferentes objetos no mundo?
que possamos emitir sons e assim contribuir para o som, enquanto não o fazemos com as luzes, talvez explique a diferença de natureza que atribuímos à escuta, em relação à visão.
postado em 14 de outubro de 2012, categoria Uncategorized : audição, filosofia, luz, objetos, percepção, som, visão
o inumano é uma série de artigos reunidos de jean-françois lyotard (editorial estampa, lisboa, 1989). esse clássico do que se chamou de filsofia “pós-moderna apocalíptica” é ancorado numa união entre “a questão da técnica” de heidegger e “a teoria estética” de adorno (em si cheia de mônadas, de leibiniz), com pitadas do último freud e a teoria do sublime de kant. a tese wittgensteiniana dos “jogos de linguagem” no período pós-moderno é deixada de lado, para descrever uma destinação, cuja imagem mais forte é o progresso tecno-científico rumo à eliminação do corpo, afim de que seja possível uma sobrevivência à morte entrópica do sol. diz ele (cito extensamente), em “domus e a megalópole” (1987):
“A metafísica é realizada na física, num sentido amplo, e, hoje em dia, actua na tecno-ciência. Reclama-nos, por certo, um luto diferente daquele exigido pela filosofia do desastre e da ociosidade. O partido que é tomado não é o do indomável, mas sim o da sua negligência. De fazer física (quase leibiniziana) do inconsciente, assim o poderíamos dizer. Não é preciso escrever, infância, dor. Pensar consiste em contribuir para a melhoria da grande mónade. É isto que nos é pedido obssessivamente. É necessário pensar de forma comunicável. Fazer cultura. Não para pensar segundo o acolhimento do que vem singularmente. De preferência para prevê-lo. To success is to process. Melhorar as performances. É uma domesticação, se assim o queremos, mas sem domus. Uma física sem deus-natureza. Uma economia onde tudo é aprendido e nada recebido. E, obviamente, um analfabetismo. O respeito e o desrespeito da leitura severa e serena em relação ao texto, da escrita para com a lingua, essa enorme casa sempre inexplorada, a ida e vinda indispensável no labirinto desses quadros vazios, sempre desertos – a grande mónade não tem cura para isso. Apenas vai e constrói. Promoção. É o que exige dos humanos. Com o nome de <actuação comunicacional>, de <conversação> e de relegação da filosofia, de performatividade, é-nos pedido que pensemos de forma útil. Útil para a composição da megalópole.” (p. 198-199)
(não há domus na megalópole, se havia ainda esse espaço na metrópole, ele é engolido pela necessidade de armezenar energia, capacidade, da grande memória, preparando-se para o exílio cósmico inumano)
“Só vivemos na megalópole se a designarmos como inabitável. Se não, apenas lá temos um domicílio. No limite do tempo descontado (a segurança), esperar a catástrofe do instante, escreve Benjamin. Na transformação inevitável das obras em mercadorias culturais, manter o testemunho esmagador de que a obra é impossível, escreve Adorno. Habitar o inabitável é a condição do gheto. O gheto é a impossibilidade da domus. O pensamento não está no gheto. Cada obra à qual o pensamento pródigo se resolve esconde o muro do seu gheto e serve para neutralizar o pensamento. Pode apenas deixar a sua marca no tijolo. Fazer graffitti nos média, última prodigalidade, última homenagem à frugalidade perdida.” (p. 199)
“E os amantes não têm nada para contar um ao outro. São destinados à deixis: isto, agora, ontem, tu. Destinados à presença, vazios de representação. Mas, a domus fazia legenda e representação desses silêncios e dessas inscrições. Ao contrário, a megalópole exibe-os e torna-os comunicáveis. Chama à melancolia autismo e ao amor sexo. Do mesmo modo que os fruges são chamados produtos agro-alimentares. Os segredos devem ser postos em circuitos, as escritas em programas, as tragédias transcritas em informações. Protocolos de transparência, cenários de operacionalidade. Apesar de tudo aceito a vossa domus, é vendável, a vossa nostalgia, o vosso amor, deixe isso comigo. Pode ter alguma utilidade. Capitaliza-se o segredo depressa e bem. Mas a megalópole não sabe que o segredo não é segredo de nada, que é incluto, insensato, já na domus. Ou, de preferência, só tem uma ideia desse facto. Enquanto que o segredo, porque consiste no único timbre de uma matéria sensível, sentimental, só é acessível para a estupefacção.
Apenas queria dizer isto, ao que parece. Não que a domus é a figura de comunidade que pode ser uma alternativa para a megalópole. Acabou a domesticidade e, sem dúvida, nunca existiu, a não ser como um sonho da criança de outrora que acorda e que a destrói ao acordar. Surge com a criança cujo despertar a desloca para o horizonte futuro dos seus pensamentos e da sua escrita, numa vinda que deverá sempre ser atrasada. É assim, não como uma superfície de inscrição que estaria verdadeiramente ali, mas como um corpo astral desconhecido que exerce de longe a sua atracção sobre a escrita e o pensamento, de preferência como uma miragem que requer como uma condição necessária. – é assim que o mundo doméstico não pára de se exercer sobre a nossa passibilidade em relação à escrita, até ao desastre das casas. Hoje, o pensamento não requer, não pode requerer, a memória representada pela tradição, a phusis bucólica, o tempo que rima, a beleza justa. Ao recorrer aos seus fantasmas, ela tem a certeza de errar, quero dizer: fará fortuna no retro distribuído também pela megapolis (pode ser útil). O pensamento não pode querer a sua casa. Mas a casa assombra-o.” (p. 200-1)
“E também queria dizer o seguinte. – Bem, dizemo-nos (quem, nós?), pois bem, pelo menos, continuaremos no gheto. Tanto quanto possível. Pensar, escrever, é, no que nos diz respeito, portar testemunho do selo secreto. Que este testemunho faça obra, em alguns casos, possa, pagando o preço do engano e do pior desprezo, ser colocada nos circuitos da megalópole mediática, é inevitável, mas o que também não se pode evitar, é que a obra assim promovida seja desfeita, desconstruída, ociosa, desterritorializada, pelo trabalho de ainda pensar e pelo encontro desestabilizador de uma matéria (com a ajuda, não de deus, nem do diabo, mas da sorte). Testemunhemos pelo menos e ainda, e para ninguém, sobre o pensamento enquanto desastre, nomadismo, diferença e ociosidade. Façamos os nossos graffiti, à falta de gravar – Isto parece de uma verdadeira gravidade. No entanto, digo-me: aquele que continua a testemunhar, e a testemunhar sobre o que é condenado, é porque não está condenado e sobrevive à exterminação do sofrimento. Que não tenha sofrido o suficiente, enquanto que o sofrimento de ter de inscrever o que não pode ser inscrito sem resto, é por si mesmo o único testemunho grave. A testemunha da culpa e do sofrimento engendrada pelo diferendo do pensamento para com o que não consegue pensar, essa testemunha, o escritor, a megalópole aceita-a de bom grado, o seu depoimento poderá servir. É como se o sofrimento e o indomável, atestados, já tivessem sido destruídos. Quero dizer: ao testemunhar, também se extermina. A testemunha é um traidor.” (p. 202)
(acho isso bastante triste. vontade de chorar, sempre nervosa e contida, em mim.)
postado em 13 de setembro de 2012, categoria Uncategorized : casa, domus, filosofia, jean-françois lyotard, megalópole, o inumano
nos meus 28 ou 29 anos de vida, sempre achei os diálogos de platão uma grande perda de tempo (diferentemente de wittgenstein, que parece dizer que eles são uma “grandiosa perda de tempo”). jean-pierre caron comentou minha postagem (facebook #1), dizendo:
“as coisas começam a ficar boas quando não são mais opiniões, mas uma atividade. quando começa a se sentir o atrito das inferências. ;)”
fiquei pensando sobre isso. é uma espécie de sócrates dos tempos modernos.
postado em 24 de agosto de 2012, categoria Uncategorized : diálogos, facebook, filosofia, platão, sócrates
certos eventos são surpreendentes. mas só o são porque <foram>. e se assim foram, é porque estavam fora do pensável; mas não mais, e então pedem cautela futura, precaução – estratégias para afunilar o possível: “isso não vai ocorrer mais”. estas, por sua vez, falham novamente. os eventos são outros, a precaução versa sobre classes, tipos e procedimentos – a surpresa vêm de acontecimentos: nos lembram <a espiral>, em movimento assintótico. o centro é um limite, esse limite é um horizonte, esse horizonte é aquilo que pretendemos olhar quando caminhamos para frente: mais e mais controle.
da surpresa: ela sussurra, mas só <depois> entendemos: “não tem fim: isso é apenas um <meio> de levar as coisas”.
postado em 30 de abril de 2012, categoria Uncategorized : acontecimento, evento, filosofia, imprevisto, pensamento, supresa
não pude colocar essa bela citação de lyotard na outra postagem: de um mesmo ponto de partida, os múltiplos caminhos ora entrecruzam-se, ora não, aparentam incompatíveis. e o quão estou longe desse bem aventurado vagar em colono.
“ao contrário, após descobrir que matou o pai e desposou a mãe, o músico experimental ‘moderno’ começa a caminhar sem tentar concluir e resolver suas experiências. ele esforça-se mais por alcançar uma vacância tal que ele possa se manter aberto para a vinda dos acontecimentos sonoros.”
(peregrinações. são paulo: estação libertade, 2000, p. 45)
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e duas visões do trágico: sócrates e o estrogonofe; burroughs e a maçã. no segundo casa há o episódio em colono, no primeiro, apenas o destino.
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e recomendo o livro: “hölderlin e sófocles; observações sobre édipo e observações sobre antígona”, de friedrich hölderlin e jean beaufret. rio de janeiro: jorge zahar editor, 2008.
postado em 2 de fevereiro de 2012, categoria Uncategorized : destino, édipo, estrogonofe, filosofia, friedrich hölderlin, jean beaufret, jean-françois lyotard, maçã, músico, sócrates, sófocles, trágico, william burroughs