segredo

após inúmeras aventuras nosso herói é capturado. ele guarda o segredo, o qual o conhecimento nosso vilão tanto almeja. ocorre que, ao ser oferecido duas opções – revelá-lo e evitar o pior ou não revelá-lo e ver o pior acontecer, nosso herói recusa a falsa escolha. diz:

“o segredo é meu para guardar. tenho duas opções, guardá-lo ou não. se o guardo, cumpro minha função. se não, falho em minha missão. o resto é por sua conta. pois se você, desprezível que é, ameaça minha família, essa ameaça é sua a realizar. veja, vilão, que só a você cabe cumpri-la ou não, assumindo uma covardia ou outra, fazendo-se verdadeiramente vil ou admitindo se tratar de bravataria. sua vileza, afinal, não é de minha conta. e por mais que eu vá julgá-lo por suas ações, ainda assim elas são inteiramente suas.”

o herói, que acreditava na liberdade, dessa opinião não fazia segredo – a chantagem era apenas uma tentativa de transferir a culpa aos outros, mias um recalque dos fracos de espírito. resoluto, ele acreditava que segredos deveriam ser, antes de mais nada, promessas não cumpridas de revelação.


postado em 23 de junho de 2022, categoria histórias : , , ,
  1. henrique iwao » Blog Archive » adeus 2023 disse às 17:11 em 30 de janeiro de 2024:

    […] espinoza se posiciona contra os arroubos perspectivistas (quanto à determinação da identidade); segredo critica um tropo comum do heroísmo – a escolha infernal; machado da restituição e harpa da […]