esse ano [2019] em faço uma exposição solo retrospectiva. vou ter de inventar um vídeo convite e por isso estava revisitando minhas tentativas nesse sentido. aparentemente, é o momento que eu aproveito para ser bagunçado e absurdo, profuso em “oportunidades”…
1. tenho um pequeno oratório em casa e penso que a hora de brilhar (e também, o caron batendo cabeça é mui elegante).
2. parecia a melhor ocasião para eu finalmente mostrar ao mundo como tenho de aparar toda semana os pelos do meu nariz.
3. e se a voz estivesse ao contrário, e o texto também?
4. uma espécie de indicação de “venha para essa festa bad trip você também” (mas é difícil conseguir isso no digital, fica um pouco fake não acham?).
5. passeando de trem chacoalhando a câmera com zoom e pensando “eu tenho dois trecos de 30 segundos que não servirão pra nada, mas posso encaixar aqui”.
6. queria porque queria queimar a caveira de cachorro.
7. está em cima da hora, estamos bêbados, mas dorothé acha melhor ter que não ter. então tá, e vou jogar o matthias de ponta cabeça.
8. em 2007, nossa concepção de jovial era colocar máscaras de stockhausen.
escreve seth kim-cohen em in the blink of an ear: toward a non-cochlear sonic art, pag. 203
One feels sorry for the musicians. It seems an unfair assignment to play with a man like Bob Dylan. One is likely to be victimized; Dylan may opt for a version of the song that fails to display your talents. Perfectly good players are immortalized playing indecisively and sloppily on a recording that sells in the millions and is played on the radio five, six, or seven times that often in the forty years since its release.
Dá para sentir pena dos músicos. Parece injusto tocar com um homem como Bob Dylan. Eles podem ser vitimados; Dylan pode optar por uma versão da canção que falha em mostrar seus talentos. Músicos perfeitamente bons podem ser imortalizados tocando de modo incerto e desleixado num álbum que vende aos milhões e é tocado no rádio cinco, seis ou sete vezes mais nos 40 anos desde de seu lançamento.
em 2010 eu estava preocupado especificamente em explorar a indecisão, o incerto e o pânico na improvisação livre. escrevi nessa época essas considerações e fiz o vídeo abaixo.
reinsurgência telúrica-omega (contra o sol, a lama), xerodrome (singularidade desértica da terra – deserto de lama), petropolítica, mineropolítica, guerra como máquina (e não máquinas-de-guerra), ratos-peixes podres (incursão epidêmica desterritorializante), taquiya (não-ação terrorista, “a coisa” de john carpenter, paranóia do inimigo indiscriminável).
o futuro é hoje (william gibson), ou ‘no futuro, nadaremos em lama tóxica’. vulcões negros e tsunamis marrons.
Petropolítica: a cartografia do óleo como uma entidade onipresente narrando as dinâmicas da Terra. De acordo com Hamid Parsani, o óleo é o fundo de todas as narrações. A petropolítica pode ser estudada para perseguir a emergência da Xerodrome (Terra-Deserto) como um clímax plano para a Odisséia da Tubulação ou um mundo cuja narrativa é primariamente conduzida através e pelo petróleo.
[Reza Negarestani: Cyclonopedia, p. 242]
a faixa do epilepsia com o chinese cookie poets pertence à coletânea oil, blood, hate, lançada pela plataforma records.
na virada do ano, em copacabana, gravei os sons dos fogos de artifício, e na madrugada seguinte, antes da operação de limpeza impressionante e eficiente dos garis cariocas (começando às 6h30, às 7h30 a praia, bem como todas as ruas próximas, ficam absolutamente limpas), filmei o lixo deixado na praia durante a festa. o resultado dessa empreitada é o vídeo 31|01. diferentemente do que me é usual, não postei o vídeo inteiro no youtube. gostaria de fazer exibições por aí. aceito convites e recomendações.
vídeo documental da apresentação do dia 18 de maio de 2014, 20h, sesc palladium. trabalho desenvolvido durante o projeto “em residência”, de 02 a 17 de maio. artistas: dorothé depeauw, maya dalinsky, infinito menos (mário del nunzio, henrique iwao, matthias koole). filmagens por thelmo cristovam e natacha maurer, com ajuda de henrique iwao. áudio por thelmo cristovam.
vídeo documental da apresentação do dia 17 de janeiro de 2015, 19h, no ccbb belo horizonte. parte do vac – verão arte contemporânea 2015. filmagem e gravação de som por henrique iwao.
duas ideias um pouco mal executadas (são estudos!) que surgiram enquanto estava me preparando para e realizando as filmagens do meu copacabana 2015, por vir.
dois vídeos de divulgação do espetáculo inscrição-memória-rasura, de dorothé depeauw, maya dalinsky e infinito menos. próximas apresentações no centro cultural do banco do brasil, belo horizonte, durante o vac 2015, de 15 a 17 de janeiro, 19h.
22 de novembro de 2014, 11h às 24h: dia de jardinagem, artes e afins.
para participar como artista/jardinista/afim contate henrique iwao. para participar como público contatar algum artista/jardinista/afim que não henrique iwao e perguntar informações.
a todos que comparecerem como público trazer dinheiro para possível aquisição de cervejas e comidas e zines e livros e dvds e cds e talvez outros mais. também gostaríamos que as pessoas trouxessem
a. uma panela ou conjunto de talheres de metal e/ou afins que possa ser doado para ser destruído.
b. um pequeno objeto curioso para doação
também gostaríamos que as pessoas
a. prezassem pela limpeza e conservação do jardim e da casa
b. (para os mais animados) ajudassem na jardinagem e/ou na arrumação, ao final.
Evento produzido por Negada Produções e apoiado por Seminal Records.
de agosto a setembro acabei por realizar três vídeos-convite, dois deles convidando para os diversos concertos de lançamento do meu dvd de vídeos (em campinas e são paulo; em juiz de fora, belo horizonte e rio de janeiro), pelo nmelança. o outro, a anunciar o primeiro álbum-k7 do epilepsia, duo meu com j.-p. caron, a ser lançado logo mais pela toc label.
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para os dois primeiros, usei uma gravação da autoentrevista que fiz para meu dvd, após deixar os pelos do nariz crescerem por três meses. gravei-a no meu banheiro, casa de minha família, em campinas. para o terceiro, filmei o pequeno altar com sutiã aqui da minha morada beagamense (o sutiã estava na casa desde o começo, deve pertencer a uma ex-moradora), mais o desenho do danilo barros que serve de arte para o álbum.