1.
estou
estou numas
estou numas de
estou numas de ficar
estou numas de ficar assim
estou numas de ficar assim mesmo
2. lembrava de o destino das oito, ópera de chico mello, desse modo romanceado, mas não.
postado em , categoria música, prosa / poesia : adição mecânica, chico mello, destino das oito, memória, ópera
1.
do sentimentalismo ao sensualismo
(crossfade)
2.
devoção: tentativa de fuga
destino: abismo
postado em 2 de abril de 2014, categoria prosa / poesia : abismo, crossfade, destino, devoção, fuga, relações, sensação, sentimento
1.
sacrifício pela nulidade que ele sabia ser a fundação de sua arte
ser chance, fazer-se infinito, difuso ao leitor como uma eucaristia mental
2.
pois se o número é de fato gerado pelo lance e infinitizado pela incerteza no código, então deve ter retroagido nas suas condições iniciais. e essa retroação precisa consistir na indecidibilidade quanto ao jogar dos dados – na impossibilidade de saber se o lance tomou ou não lugar.
{quentin melliassoux, the number and the siren: a decipherment of mallarme’s coup de dés, urbanomic, 2012 – selecionado depois traduzido com algumas alterações da tradução do francês para o inglês de robin mackay, p. 125, 127+152; 155+156}
postado em 9 de fevereiro de 2014, categoria citações, prosa / poesia : chace, código, dados, eucaristia, indeterminação, infinito, número, quentin melliassoux, sacrifício, stéphane mallarmé, the number and the siren
alguns ouviram da minha má vontade para com o edital do itaú cultural, que eu não queria me inscrever, ou que eu inscreveria um projeto pedindo apenas 33 reais (para fazer adesivos com o logo do banco itaú e colar em semáforos pela cidade). alguns ainda ouviram eu enfatizando para daniel carneiro inscrever os brutos após ele, na onda do meu discurso, brincar que ia mandar apenas vídeos de pessoas depredando o dito banco (a empresa que mais lucrou é também a que mais foi processada). ao final, entretanto, havia um bom projeto de dorothé depeauw, matthias koole e mário del nunzio em que eu participaria. e eu não teria de inscreve-lo. (omito aqui outras confusões). na última hora, del nunzio me pede um texto mais poético. isso eu posso fazer, meia horinha antes de ler/dormir.
Com a inscrição estende-se a memória. O objeto riscado, a cicatriz, a dor que volta de novo e de novo, a notação. Externaliza-se? Ao menos o gesto é retido de alguma forma. E isto: reduzido. Mas a redução permite reconduzir. Aos poucos esquecemos. A redução conduz. Traça um interior e um exterior. Selecionando, constrói pontes. O nó que em certos contextos é também um portal. Essa corda repleta de inscrições-amarras, cada qual uma articulação; no todo, uma canção, uma dança, alguns sons, reconstrução. Lembranças atualizando a memória. Reinscrições na e da existência das coisas. Existir: insistir. São essas mediações entre o passado e o futuro que estão a permitir a realização do presente. Essas retenções. E irretenções. Lembremos da redução, mas também dos possíveis deslocamentos, dos saltos, transduções, traduções, translações. A luz que a câmera capta, impressa, reescrita na luz que agora vaga, nos sons que se esvaem, nos movimentos que consomem seu próprio instante. Instanciações elaborando classes. Classes se dissolvendo em momentos, iterações inscrevendo também o instantâneo.
Mas e o esquecimento, os desvios, os entremeios e entrecaminhos? Entre a terra e o céu, todo o mundo. Rasuras, deslocamentos, novos traçados, novos cortes no plano. É possível também estender o esquecimento, externaliza-lo? Estávamos dispostos a aprender a arte da disponibilidade. Guiados mecanicamente pela espiral iluminada das horas, do que foi esquecido nada reteve-se. Depois, quando da impossibilidade, as escolhas entre muitos, a seleção. Retenções em demasia, mascaramento, quarteirões planejados e a infinidade de casas à distância, quadrados quase indistinguíveis. E o deserto (ao invés dos grãos de areia). E os entremeios no deserto, as rotas, os fluxos, amontoados diversos. Mais adiante dúvidas, dilemas e a notação da incerteza, os deslocamentos e indefinições. A vontade de verticalizar o tempo, a criação de instâncias de verticalização. E os trajetos, ora traçados, ora traçados mas rasurados, ora repostos, ora criados, inventados. No labirinto da notação, um labirinto de notações.
postado em 16 de novembro de 2013, categoria prosa / poesia : banco itaú, dorothé depeauw, infinito menos, inscrição, itaú cultural, memória, os brutos, rasura
hoje, lendo a antologia brasileira de w. h. auden, edição bilíngue comprada para presentear uma colega que não entende o inglês (companhia das letras, 2013), reencontro o poema our bias (1939).
The hour-glass whispers to the lion’s roar,
The clock-towers tell the garden’s day and night
How many errors Time has patience for,
How wrong they are in being always right.
Yet Time, however loud its chimes or deep,
However fast its falling torrent flows,
Has never put one lion off his leap
Nor shaken the assurance of a rose.
For they, it seems, care only for success:
While we choose words according to their sound
And judge a problem by its awkwardness;
And Time with us was always popular.
When have we not preferred some going round
To going straight to where we are?
há certas combinações tortuosas de coisas desconexas, uma manhã nublada, um livro, fotos do mais antigo dos colegas, sorrindo, esbelto, trabalhando e bem acompanhado, música sentimental, bom café e o poema que tanto lembra meu pai, 17 anos e 4 teses quase-feitas para chegar a ser doutor.
postado em 9 de outubro de 2013, categoria comentários, prosa / poesia : josé guilherme bergamasco, josé maria silveira, our bias, tempo, wystan hugh auden
-> direita frente mas também -> direita trás
-> esquerda frente mas também -> esquerda trás
-> right ahead but also -> right back
-> left front but also -> left behind
logo à frente mas também: volto já
fronte esquerdo: deixado pra trás
postado em 21 de agosto de 2013, categoria miscelânia, prosa / poesia : google translate, inglês, quadrafonia
(Achei-as hoje no caderno Opus preto; lendo, senti me um pouco melancólico.)
Dia 08
1. Gripe gripe, arrumação, café, gripe, comida. Só saio às 14h30. 15h20 ônibus, 17h15 ônibus: 1 hora e 15 da rodoviária até o terminal, 18h30 e ainda perco ônibus 19h estou no Tilli Center – fui a pé – e (ainda bem) encontro amigos.
2. João disse que o melhor de tudo é estar na rabeira do sistema. Antes disso, acabou com a discussão, categórico (foi quando Lucas olhou para o relógio): “se o sistema de direitos autorais foi criado para permitir o desenvolvimento através da concentração de dinheiro, então isso também serve de contra-argumento; esse desenvolvimento acontece, hoje em dia, sem necessidade de concentração de dinheiro. Então, esse sistema de direitos autorais está ultrapassado”.
Dia 09
1. Comi o doce que comprei para Clarissa, caso a encontrasse na quinta; junto com café.
2. Sem carteira de motorista, sem documento do carro, sem gasolina – ofereci carona mesmo assim, para Luana, mas antes, avisei.
Dia 11/12
1.Dani (Beskow) me perguntou: por que você nunca me escuta? Eu respondi: eu não te escuto porque você nunca aceita minhas sugestões. No dia seguinte sugeri comermos no Lótus. Ela disse: podia ser no Valise de Cronópio. Fomos ao Lótus.
Dia 12
1. Comer no Lótus é reencontrar amigas, incluindo Danis (duas), conhecidos e por fim mais amigos. A comida é adocicada, vegetariana; a música é pentatônica.
2. De novo, como em 2007, André, o dentista, tenta me convencer a esbranquear meus dentes (R$ 700,00). Tiro o tártaro.
3. Andando pela Júlio de Mesquita, uma cafeteria virou ponto de lanches (noturno, pelo jeito), e o Colégio Integral fechou as portas. Passei para ver se o Paradiso estava de pé e sim, as lojas de CD e a loja de canetas chiques não. Terminei tomando café de coador no Regina – reformado (mas, ao que parece, idêntico).
Dia 13
1. Fui ao Sarau do Tucum. Encontrei Nanah (grande!), e uma porção de gente. Estava frio e tive que usar um terno que achei na gaveta. Fiquei elegante, estilo Matheus Leston. Lá tomei duas taças de vinho e comi duas empanadas. Fui com minha mãe. Tocava o Fina Estampa, chorinho suave e estudado. Edu Lobo estava lá, no violão de 7 cordas. Fernanda não estava (estava em Pinhal com sua filha); eu pensei: “eu conheci Pinhal, Fernanda foi minha primeira namorada”.
Greve de ônibus.
postado em 20 de setembro de 2009, categoria prosa / poesia