2 poemas

1.
kitsch marxismo
deleuzianismo tilelê
pós-humanismo caviar

2.
uvulva
cuceta
extintor


postado em 26 de agosto de 2016, categoria prosa / poesia : , , , , , , ,

dia nacional do combate à humanidade 2016

2016-08-02 dia nacional contra a humanidade

2016: o sono é a gloriosa destruição da consciência, daquilo que é propriamente humano.

2016: não diferes mais de mim que tua mão direita da tua mão esquerda.

2016: o que nos une é o sono da razão. na noite da morte engendraremos o fim, o aniquilamento, a destruição total.

2016: acordaremos após os raios, no pântano da vida. tal qual a coisa, taqiyya.

caros correligionários, conquistaremos nosso ocaso num sono perfeitamente sincronizado, quando nesta noite dormirmos para o apagamento total do nosso ser; no desfazer dos túneis, na reconquista do instante, na destruição do leito, onde, tal como a floresta e a árvore a cair, nosso ronco habitará o vácuo do breu das mentes.

fluiremos como um rio no amanhecer de uma nova estratégia, escondidos como si mesmos em si, desmembrados em nossa transparente escuridão. acordaremos para a consciência clara de uma corrida rumo à morte irracional que permeia a vida. mas mentiremos, sim, afirmaremos a grande mentira. e o dia chegará…

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postado em 2 de agosto de 2016, categoria obras, proposições, prosa / poesia : , , , , , , , , ,

comunicado no.5 do undo

mais de dois nos atrasados, recebo o comunicado 5.

se a realização total é o aniquilamento, então a destruição total só pode ser a não realização, a realização de nada, a absoluta não realização.

se por paramnésia reduplicativa chamamos a crença de que um local foi duplicado, existindo simultaneamente em dois, então nosso mundo foi desfeito e assim, bifurcado; estamos no duplo deslocado. doppelgänger de nós mesmos, seguimos sonambulando.

há décadas, capgras pode ter descrito um delírio muito específico, da substituição de pessoas próximas por sósias idênticos. delírio ou não, philip k. dick já alertava: “até mesmo um paranóico tem inimigos”.

#somostodoshomensdopântano

 


postado em 16 de março de 2016, categoria prosa / poesia : , , , , , , , ,

dengue

uma explosão de sensações.


postado em 12 de março de 2016, categoria comentários, prosa / poesia : ,

chasm ou tema para uma sessão de fotos

we invited photographers to the studio
what they did not know
there was endless void
nothingness itself
sucking all light
roaming non-darkness

from non-light
sparkles of time
madness
horrid maudnerings
muted voices
a non-space of cohabitation

how to do it?
a-death
micropause
shatter the real
storm life
click chaos

they were lured indeed


postado em 5 de fevereiro de 2016, categoria prosa / poesia : , , ,

no mesmo palco que maria bethânia

20151025_DP-16
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melhor no inhotim seria solo tocar
meu cachê foi todo embora
numa compra no verdemar
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20151025_DP-2520151025_DP-47

coletivo d’istante no inhotim, 25 de outubro de 2015, fotos de daniela paoliello.

{ps: o poema ruim retrata uma realidade social mas não a opinião individual do autor.}


postado em 19 de janeiro de 2016, categoria performances, prosa / poesia : , , , ,

poema-plágio roubado de ana martins marques

como o alpinista ama o vazio das grandes alturas
trabalho dias seguidos uma morte que não entendo

{a vida submarina, de ana martins marques. belo horizonte: scriptum, 2009}

***

bônus penélope

penélope enamourou-se de espera
e torcia toda noite que ulisses não voltasse

e não como (VI), eles sentados lado a lado, ela lhe narrando a segunda odisseia.


postado em 7 de dezembro de 2015, categoria prosa / poesia : , , , , , , , , ,

paixões fantasmas

primeiro me apaixonei por uma garota que tinha um olho de cada cor.

depois por uma garota com óculos de armação preta grossa e um nariz muito belo, e olhei tão fixamente pra ela que tive de cumprimentá-la como seu eu a conhecesse.

depois por um rapaz que eu percebia fingir gay, e sua amiga disse que ele era “bem hétero”, apesar da onda traveco “ei lindinho”.

depois por uma garota que usava uma jaqueta preta, e quando saímos era muito difícil encontrar o bar, o bar havia sumido.

essa já era a quarta paixão.

todos eles fumavam.

eu sempre detestei a fumaça.

para francisco de castilho.


postado em 21 de julho de 2015, categoria prosa / poesia : , , , ,

ladainha do nome de deus

deus não tem nome. deus não é o nome de deus. deus é como o nome de deus é chamado. o nome do nome de deus é deus, porque é como o nome de deus é chamado. não há nome possível para o nome de deus. o nome de deus não é o nome de deus. o nome do nome de deus não nomeia deus, nem o nome nome de deus.


postado em 15 de maio de 2015, categoria prosa / poesia : , , , ,

quatro mantras

eu sou (apenas) um fragmento do todo
tenho toda a tranquilidade que preciso
eu mergulho no vazio, não no caos
a energia do mundo passa por mim


postado em 20 de abril de 2015, categoria prosa / poesia : , , , , ,