ele mata quem iria dizer se ele realmente morre quando se suicida
mas como ela iria dizer pra ele e ele mata ela e depois se mata
então os dois vivem
e comprovam que a morte é um engodo
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(por ocasião da abertura da exposição casa para um animal, de carolina botura e pelo fato de eu estar a tomar a vacina contra a febre amarela, resolvi tomar também a antitetânica. algumas horas depois estava de cama, convalescendo. um dia depois, um pouco melhor e dopado de ibuprofeno, converso com j.-p. caron, chegando a conclusão de que o melhor a fazer quando estiver manuseando pregos enferrujados, é esburacar o meu braço e pegar tétano. cqd sqn)
postado em 7 de abril de 2017, categoria prosa / poesia : antitetânica, carolina botura, casa para um animal, ciência, ibuprofeno, morte, pregos, prova, suicídio, tétano, vacinas
1.
she was picking berries when met a bear i am meat
instead of god this no dog, bear
2.
dreaming a four month dream
moths for thee my deer
3.
in dog we trust
4.
he said: “exxxtreme way to silence”
he said: “a cubism of the mind”
he said: “a kind of unconscious conspiracy of mutual confort”
5.
the dogs of obssession. learning with dogs
6.
the black dog of depression, the white dog of melancholy, the yellow dog of psychosis, the gray dog of anxiety , the brown dog of hapiness, the pinky dog.
postado em 17 de setembro de 2016, categoria prosa / poesia : bear, cosnpiracy, cubism, dog, god, mind, moods, nature, poems, urbanism
1.
kitsch marxismo
deleuzianismo tilelê
pós-humanismo caviar
2.
uvulva
cuceta
extintor
postado em 26 de agosto de 2016, categoria prosa / poesia : buceta, cu, deleuzianismo, extintor, marxismo, pós-humanismo, úvula, vulva
2016: o sono é a gloriosa destruição da consciência, daquilo que é propriamente humano.
2016: não diferes mais de mim que tua mão direita da tua mão esquerda.
2016: o que nos une é o sono da razão. na noite da morte engendraremos o fim, o aniquilamento, a destruição total.
2016: acordaremos após os raios, no pântano da vida. tal qual a coisa, taqiyya.
caros correligionários, conquistaremos nosso ocaso num sono perfeitamente sincronizado, quando nesta noite dormirmos para o apagamento total do nosso ser; no desfazer dos túneis, na reconquista do instante, na destruição do leito, onde, tal como a floresta e a árvore a cair, nosso ronco habitará o vácuo do breu das mentes.
fluiremos como um rio no amanhecer de uma nova estratégia, escondidos como si mesmos em si, desmembrados em nossa transparente escuridão. acordaremos para a consciência clara de uma corrida rumo à morte irracional que permeia a vida. mas mentiremos, sim, afirmaremos a grande mentira. e o dia chegará…
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postado em 2 de agosto de 2016, categoria obras, proposições, prosa / poesia : a coisa, destruição total, dia nacional contra a humanidade, monstro do pântano, sono, sono da razão, taqiyya, teoria da religião, transumanismo, túnel do ego
mais de dois nos atrasados, recebo o comunicado 5.
se a realização total é o aniquilamento, então a destruição total só pode ser a não realização, a realização de nada, a absoluta não realização.
se por paramnésia reduplicativa chamamos a crença de que um local foi duplicado, existindo simultaneamente em dois, então nosso mundo foi desfeito e assim, bifurcado; estamos no duplo deslocado. doppelgänger de nós mesmos, seguimos sonambulando.
há décadas, capgras pode ter descrito um delírio muito específico, da substituição de pessoas próximas por sósias idênticos. delírio ou não, philip k. dick já alertava: “até mesmo um paranóico tem inimigos”.
#somostodoshomensdopântano
postado em 16 de março de 2016, categoria prosa / poesia : absoluto, aniquilação, doppelgänger, homem do pântano, paramnésia, paranóia, síndrome de capgras, sonambulismo, undo
uma explosão de sensações.
postado em 12 de março de 2016, categoria comentários, prosa / poesia : dengue, sensações
we invited photographers to the studio
what they did not know
there was endless void
nothingness itself
sucking all light
roaming non-darkness
from non-light
sparkles of time
madness
horrid maudnerings
muted voices
a non-space of cohabitation
how to do it?
a-death
micropause
shatter the real
storm life
click chaos
they were lured indeed
postado em 5 de fevereiro de 2016, categoria prosa / poesia : chaos, fotografia, poesia, void
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melhor no inhotim seria solo tocar
meu cachê foi todo embora
numa compra no verdemar
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coletivo d’istante no inhotim, 25 de outubro de 2015, fotos de daniela paoliello.
{ps: o poema ruim retrata uma realidade social mas não a opinião individual do autor.}
postado em 19 de janeiro de 2016, categoria performances, prosa / poesia : cachê, coletivo d'istante, inhotim, inhotim em cena, verdemar
como o alpinista ama o vazio das grandes alturas
trabalho dias seguidos uma morte que não entendo
{a vida submarina, de ana martins marques. belo horizonte: scriptum, 2009}
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bônus penélope
penélope enamourou-se de espera
e torcia toda noite que ulisses não voltasse
e não como (VI), eles sentados lado a lado, ela lhe narrando a segunda odisseia.
postado em 7 de dezembro de 2015, categoria prosa / poesia : a vida submarina, alpinista, ana martins marques, morte, odisseia, penélope, poema-plágio, poemas, trabalho, ulisses
primeiro me apaixonei por uma garota que tinha um olho de cada cor.
depois por uma garota com óculos de armação preta grossa e um nariz muito belo, e olhei tão fixamente pra ela que tive de cumprimentá-la como seu eu a conhecesse.
depois por um rapaz que eu percebia fingir gay, e sua amiga disse que ele era “bem hétero”, apesar da onda traveco “ei lindinho”.
depois por uma garota que usava uma jaqueta preta, e quando saímos era muito difícil encontrar o bar, o bar havia sumido.
essa já era a quarta paixão.
todos eles fumavam.
eu sempre detestei a fumaça.
para francisco de castilho.
postado em 21 de julho de 2015, categoria prosa / poesia : cigarro, fantasma, francisco de castilho, fumaça, paixão