1.
A: você pensa que cachaça é água.
B: é pinga.
2.
A: minha cueca tava lavada:
B: meu namorado é um otário.
3.
A: olha a cabeleira do zezé.
B: sim, ele é careca.
4.
A: você vai ver a grande confusão.
B: só não mexa na minha poupança.
5.
A: mãmãe eu quero mamar!
B: quer teta ou piroca?
6.
A: mais de mil palhaços no salão.
B: e eu.
7.
A: uma vez.
B: sempre.
A: até morrer.
B: (dr.) eu não me engano.
8.
A: 2018.
B: sa-sa-saricando (a vida no arame).
postado em 11 de fevereiro de 2018, categoria prosa / poesia : carnaval, diálogos, marchinhas
1. a arte reduz/fixa
2. a ciência desloca/elimina
3. a filosofia circunscreve/delimita
postado em 1 de outubro de 2017, categoria aforismos, prosa / poesia : arte, ciência, definição, filosofia, poesia, sentido
1. um poema
barrar o devir
expiar a experiência
domar a loucura
arte contra a vida
2. são notórias as reclamações de bataille contra o (segundo) surrealismo, ou o “surrealismo estético”. não sei se ele teria previsto o quão rápido seria a apropriação ou o paralelismo publicitário nesta direção, produzindo um misto de arte e vida contra a vida. mas ele estava suficientemente consternado com um tipo de arte expressiva, a ponto de escrever:
se um homem começa a seguir um impulso violento, o fato de exprimi-lo significa que renuncia a segui-lo ao menos durante o tempo de expressão. A expressão exige que se substitua a paixão pelo signo exterior que a figura. Aquele que se exprime deve, portanto, passar da esfera ardente das paixões à esfera relativamente fria e sonolenta dos signos. Em presença da coisa exprimida, é preciso, portanto, sempre se perguntar se aquele que a exprime não prepara para si mesmo um profundo sono.
{georges bataille, a loucura de nietzsche, trad. fernando scheibe, editora cultura e barbárie, achephale vol. 5, p.9}
em relação à impostura de “um pesadelo que justifica roncos”, nada mais frouxo e distanciado da loucura, de tornar-se vítima de suas próprias leis. eis a potência da arte expressiva: normalizar.
postado em 24 de setembro de 2017, categoria aforismos, prosa / poesia : arte, expressão, georges bataille, loucura, surrealismo, vida
1. schellingians
2. schlegelians
3. schillerians
postado em 9 de setembro de 2017, categoria prosa / poesia : friedrich schelling, friedrich schiller, friedrich schlegel
todos os meus amigos viraram padeiros
todos meus colegas vão de uber
e eu, que nado mal e ando de bicicleta mal
não tenho celular e não sei fazer torrada
postado em 11 de agosto de 2017, categoria prosa / poesia : celular, ciclismo, crise, natação, pão, torrada, uber
sobreviver : talvez de fora não se veja
a opacidade da presença é também
a opacidade da ausência
cada pequena ação, como uma marionete
uma vitória sem sentido
entretanto
a barriga conduz o homem
e o tempo dissolve o drama
que mesmo com seu desejo de queda
e sonhos de lama e escuridão no abismo
a vontade soberana empurra
e seduz da pior forma possível
monotonia:
insista só mais um pouco
a melancolia de uma vida medíocre
o sorriso de uma nova chance
e de novo
postado em 9 de agosto de 2017, categoria prosa / poesia : abismo, depressão, desejo, lama, mediocridade, melancolia, produtivismo, vida, vontade
uma bomba de saúde
um ataque de calma
um míssil de empatia
nocaute de bem estar
postado em 2 de julho de 2017, categoria prosa / poesia : nocaute, oxímoro, saúde
quantas vezes os alvos do grande hipnotizador não pensaram: é melhor eu fingir estar hipnotizado e agir tal qual ele comanda; imaginem que fiasco seria, que papelão, ficar aqui e fazer algo estranho ou ainda comportar-me normalmente – o que pensariam dele, ou melhor – o que pensariam de mim? e não faltaram ocasiões em que seus amantes sonharam estar sob controle total, enquanto transavam exatamente como ele sugeria – nem performances exuberantes e inventivas, na qual os hipnotizados resolveram dar o seu melhor.
postado em 25 de junho de 2017, categoria prosa / poesia : comando, hipnose, livre-arbítrio, socius, volição, vontade
ele mata quem iria dizer se ele realmente morre quando se suicida
mas como ela iria dizer pra ele e ele mata ela e depois se mata
então os dois vivem
e comprovam que a morte é um engodo
***
(por ocasião da abertura da exposição casa para um animal, de carolina botura e pelo fato de eu estar a tomar a vacina contra a febre amarela, resolvi tomar também a antitetânica. algumas horas depois estava de cama, convalescendo. um dia depois, um pouco melhor e dopado de ibuprofeno, converso com j.-p. caron, chegando a conclusão de que o melhor a fazer quando estiver manuseando pregos enferrujados, é esburacar o meu braço e pegar tétano. cqd sqn)
postado em 7 de abril de 2017, categoria prosa / poesia : antitetânica, carolina botura, casa para um animal, ciência, ibuprofeno, morte, pregos, prova, suicídio, tétano, vacinas
1.
she was picking berries when met a bear i am meat
instead of god this no dog, bear
2.
dreaming a four month dream
moths for thee my deer
3.
in dog we trust
4.
he said: “exxxtreme way to silence”
he said: “a cubism of the mind”
he said: “a kind of unconscious conspiracy of mutual confort”
5.
the dogs of obssession. learning with dogs
6.
the black dog of depression, the white dog of melancholy, the yellow dog of psychosis, the gray dog of anxiety , the brown dog of hapiness, the pinky dog.
postado em 17 de setembro de 2016, categoria prosa / poesia : bear, cosnpiracy, cubism, dog, god, mind, moods, nature, poems, urbanism