dança celebratória whileawayana
ela agacha rapidamente e escuta. uma mão no ar, e pensativa. então: duas mãos. balança a cabeça. desliza um passo, arrastando um pé. e novamente. novamente. um fôlego extra e corre um pouco. aí, para. pensa um pouco. a dança celebratória whileawayana não é como a dança oriental e seus movimentos direcionados ao corpo, lufadas de ar quente exaladas pela dançarina, suas decorações por ângulos contraditórios (perna pra cima, joelho pra baixo, pés pra cima; um braço dobrado pra cima, o outro pra baixo). também não é nada como o anseio-por-vôo do balé ocidental, membros se atirando em curvas que aspiram o céu, o torso, um ponto matemático. se a dança indiana diz eu sou, se o ballet diz eu desejo, o que a dança whileawayana quer dizer?
ela diz eu acho. (a intelectualidade dessa empreitada impossível!)
she springs to her feet and listens. One hand up in the air, thinking. Then both hands up. She shakes her head. She takes a gliding step, dragging one foot. Then again. Again. She takes on some extra energy and runs a little bit. Then stops. She thinks a little bit. Whileawayan celebratory dancing is not like Eastern dancing with its motions in toward the body, its cushions of warm air exhaled by the dancer, its decorations by contradictory angles (leg up, knee down, foot up; one arm up-bent, the other arm down-bet). Nor is it at all like the yearning-for-flight of Western ballet, limbs shooting out in heaven-aspiring curves, the torso a mathematical point. If Indian dancing says I Am, if ballet says I Wish, what does the dance of Whileaway say?
It says I Guess. (The intellectuality of this impossible business!)
{joanna russ. the female man. londres: orion publishing group, 2010 (1975), p.100-1 (§5.14)}
postado em 29 de agosto de 2014, categoria livros : celebração, dança, joanna russ, the female man, whileaway