1. Segundas referências em utilização da voz:
2. E na própria Kabum! BH o site da turma sompalavra, no concatena.
3. Começamos a editar no software Audacity (no elo ao lado, uma página interessante sobre). Muita coisa pode ser aprendida fuçando, explorando, lendo com atenção os menus e ícones.
- O Audacity salva e abre projetos do próprio. O projeto para ser aberto depende de uma pasta e um arquivo .aup, sem um ou sem outro não é possível trabalhar. Para usar um áudio, é preciso importá-lo, assim como para transformar um projeto trabalhado em áudio, é preciso exportar esse áudio.
- O Audacity não faz fade ins e fade outs automaticamente (crescendos e decrescendos de amplitude no “som”). Para cada corte ou efeito aplicado sobre uma área, é preciso fazer fade ins e fade outs manualmente, afim de evitar problemas de clipagem, quando a caixa de som ou fone de ouvido tenta bruscamente pular de uma posição para outra, fazendo um barulhinho.
4. O que é glossolália? E gromelô?
postado em 27 de abril de 2015, categoria oi kabum bh : audacity, concatena, crs 2015, fade, glossolália, kurt schwitters, luciano berio, sompalavra, trevor wishart
para a semana dedicada à “narrativa sonora” após a semana de avaliação começamos ouvindo o clássico trabalho de walter ruttmann, wochenende (1930) (fim de semana).
nos perguntamos sobre o que guia e como guiar a escuta. em seguida lemos o capítulo 2 do livro audiovisão, de michel chion, em que fala das três escutas. (ficou como tarefa reler pelo menos mais uma vez esse texto).
Texto para a reflexão sobre a escuta no audiovisual (Livremente traduzido de Audio-Vision de Michel Chion, por Leonardo Souza).
Introdução
Quando pedimos alguém para falar sobre o que eles escutaram, as respostas se dirigem à formas diferentes de escuta. Isso se deve a pelo menos três modos de escuta: Escuta Causal, Escuta Simbólica e Escuta Essencial.
Escuta Causal
A Escuta Causal é a mais comum, ela consiste na escuta de um som que dá a informação do que o causou, ou de sua fonte sonora. Quando a causa do som é visível, ele pode fornecer informação complementar sobre o que o causou. Por exemplo, o som produzido por um recipiente fechado pode indicar quão cheio ele está (ex. Uma garrafa escura sendo enchida). Quando não podemos ver a causa de um som, ele pode constituir nossa principal fonte de informação sobre sua causa. A causa de um som, quando não é vista, pode ser identificada pelo conhecimento do contexto da situação. (…)
Note que frequentemente os sons que escutamos são manipulados pelo contrato audiovisual, que nos faz acreditar que um determinado som é daquela fonte sonora, porém são comumente manipulados e gravados de fontes diferentes. (Sintetizado por L. Souza)
É importante ter cuidado para não superestimar o potencial da Escuta Causal, sua precisão nas informações de causa sonora está fundamentada na análise do som. Na realidade, a Escuta Causal é a mais comum e também a mais influenciável pelas outras formas de escuta.
Escuta dos Códigos Sonoros – Escuta Simbólica
Chamamos Escuta dos Códigos Sonoros aquela escuta que se refere a um código ou linguagem para interpretar uma mensagem. Comumente escutamos assim: a linguagem falada, o Código Morse e outros tipos de códigos sonoros. Este tipo de escuta, que funciona de uma forma extremamente complexa, tem sido o objeto de pesquisa da Linguística e é o mais amplamente estudado. Um fenômeno deste tipo é escutado, não devido às suas características sonoras, mas sim referente a sua integração a todo um sistema que considera suas variações sonoras(Ex: as palavras ditas com vários sotaques).(…)
Certamente, alguém pode escutar uma única sequência sonora empregando tanto a Escuta dos Códigos Sonoros quanto a Escuta causal de uma só vez. Por exemplo, nós escutamos de uma só vez o que alguém diz e como ele diz extraindo daí os significados.
Leo S: quando lemos um texto escrito em silêncio, uma voz surge em nossa mente. Nesse momento ocorre a Escuta do Código Sonoro decodificando o som das palavras e também, ao mesmo tempo, ocorre a Escuta da Fonte Sonora quando fazemos a ligação da palavra escrita com o som da pronúncia desta palavra que surge na mente.
Escuta Essencial
A Escuta Essencial é uma livre adaptação do nome Reduced Listening (Escuta Reduzida) dado por Pierre Schaeffer. Esse modo de escuta enfoca as peculiaridades do som, independentes de sua causa e de seu significado. A Escuta Essencial toma o som – seja verbal, tocado por um instrumento, ruídos de cena ou qualquer outro som – como objeto a ser observado e não como veículo de outra coisa (como o significado por exemplo). Uma sessão de Escuta Essencial (ou Escuta Reduzida) é uma experiência bem instrutiva e os participantes rapidamente percebem isso quando falamos sobre os sons. Eles descobrem que não é uma grande tarefa falar sobre os sons mesmos quando são perguntados pelos sons independente de seu significado ou fonte sonora, mas frequentemente eles voltam a falar sobre as fontes sonoras ou os significados dos sons. E a linguagem que nós empregamos habitualmente ao falar dos sons revela toda sua
ambiguidade: “Este é um som estrondoso!” (a ideia é que a própria palavra já remeta à causa sonora ex: estrondo-barulho-explosão a sonoridade da palavra estrondo já se liga à imagem-sonora do estrondo devido ao conjunto de letras stron). Assim, quando nos deparamos com essa dificuldade de prestar atenção aos sons por eles mesmo, as pessoas têm certas reações – como rir por exemplo, ou identificar causas absurdas para os sons- que são, na verdade, defesas ao que lhes foi incompreendido.
Para que se faça a Escuta Essencial é necessário que os sons estejam gravados pois no caso da execução ao vivo, mesmo com sua repetição, os detalhes dos sons não são garantidamente os mesmos. (Sintetizado por L. Souza)
Alguns evitam a descrição sonora preferindo o som-objetivado via os benefícios da análise espectral por computadores, mas é claro que as máquinas que fazem isso somente apreendem dados físicos do som, elas não designam o que nós escutamos.
Uma terceira forma de resistir a essa abordagem envolve o fato de as interpretações serem subjetivas e relativistas. De acordo com essa linha de pensamento, cada indivíduo escuta de forma diferente, e o som percebido permanece sempre desconhecido. Mas, a percepção não é um fenômeno puramente individual, uma vez que partilhamos de um tipo particular de objetividade: as percepções compartilhadas. E é nessa objetividade-nascida-na-intersubjetividade (objetivação da intersubjetividade) que está situada, como Pierre Schaeffer definiu, a Escuta Essencial.
Traduzido livremente de : Michel Chion. Audio-Vision. Chapter II: The Three Listening Modes – p.25 até 31 Consultas sugeridas por Chion : Guide des objets sonores- Pierre Schaeffer
uma das turmas de discussão achou a seguinte relação valia: causal -> identificação, semântica -> tradução, reduzida -> tratamento.
leo souza adaptou esse texto e fez este pequenino que segue, para consulta rápida: três modos de escuta.
reouvimos a peça de ruttmann. em seguida ouvimos um trecho curto de uma radionovela francesa, la montre magique, de pierre scize e jean paul le chanois. quais detalhes sonoros se percebem? que escutas são priorizadas e quando? qual o papel da relação figura e fundo?
por fim, ouvimos, antes de ir embora, uma obra eletroacústica de trevor wishart, vox 5.
postado em 10 de outubro de 2013, categoria oi kabum bh : escuta, jean paul le chanois, la montre magique, michel chion, modos de escuta, pierre scize, trevor wishart, vox 5, walter ruttmann, wochende