ontem um colega no trabalho sintetizou: esse é o meu primeiro emprego com carteira assinada e possivelmente será o último. depois de ler isso e isso resolvi comentar sobre a situação atual, antes da possível piora.
1. os teatros ou centro culturais deixam de pagar o seguro contra quedas e então o funcionário responsável pela iluminação não pode subir nos andaimes e escadas para montar a luz.
2. professores de escolas privadas sendo demitidos após 5 anos para não começarem a receber o quinquênio.
3. estágios que são como o degrau mais baixo do trabalho normal em agências de publicidade. quanto mais desigualdade, melhor.
4. trabalhos durante anos para o mesmo contratante, emitindo notas fiscais (mas você pode recorrer depois e talvez conquistar o vínculo empregatício).
5. por não ter um diploma, e mesmo dando mesma aula, com mesmíssimo padrão de trabalho, ganhar R$ 5 a hora, totalizando menos que um salário mínimo ao final.
corolário 1: posso igualmente dar exemplos de leis que procuram melhorar a situação do trabalhador mas que, numa situação em que trabalhador e patrão não são duas categorias dicotômicas e inimigas, acabam piorando tudo, tornando muitas ações inviáveis; só que isso nada muda do que é apontado acima.
corolário 2: há, me parece, um tipo comum: o do empresário brasileiro que parece ter ojeriza a planejamento, e que por isso sonhava que a médio prazo poderia garantir que tudo seria resolvido apenas no curto prazo.
corolário 3: em alguma postagem antiga que não encontro no momento (e que pode ser um dos 200 rascunhos que tenho aqui), havia falado sobre o brasileiro (mas e se fosse apenas o “homem”?) ser caracterizado pelo amor à lei e à desigualdade, mas que o amor pela desigualdade era maior que o pela lei.
postado em 11 de abril de 2015, categoria comentários : amor, carteira assinada, desigualdade, lei, mesa de trabalho, salário mínimo, segurança trabalhista, seguro, trabalho, vínculo empregatício
ele achava que tinha de trabalhar e por isso acordou cedo.
tivesse lembrado, acordaria mais tarde.
postado em 23 de fevereiro de 2014, categoria comentários : carnaval, feriado, horários, paulista, trabalho
agora que acabaram as férias, não terei mais tempo para trabalhar.
postado em 3 de fevereiro de 2014, categoria aforismos : artista, férias, tempo, trabalho
quando disse que manteria conforme agendado o show no nelson bordello, do qi, as pessoas me aconselharam a cancelar. disse que não, que não concordava de modo algum com ter de cancelar, ainda mais pelos seguintes motivos espúrios:
- que o governador prometera anestesiar toda a população, seja com futebol, seja com porradaria, tropa de choque, exército e não apenas a polícia militar;
- que o prefeito disse que (l)a merda era pouca, que as pessoas precisavam apanhar mais;
- que decretaram feriado na cidade, para que as pessoas pudessem ficar em casa;
- que disseram que iam diminuir a frota de ônibus, e também reduzir os horários de funcionamento do metrô;
mas fui obrigado a cancelar, com o perigo da pm e exército de depredarem o local, de danificarem nosso equipamento, com a possibilidade de ficarmos sem translado. tive de aceitar que o poder público realmente me proibiu de trabalhar. ou fico em casa lendo, ou vou pra rua temperar a cara e cheirar gás. trabalhar, não, não pode, nem à noite, muito depois do horário da manifestação.
postado em 26 de junho de 2013, categoria crônicas : antonio augusto junho anastasia, belo horizonte, governo, marcio araújo de lacerda, nelson bordello, poder público, polícia militar, qi, trabalho
a quantidade de trabalho para fazer algo por aqui pode ser medida assim: calcula-se um valor x teórico, correspondente ao trabalho a ser feito. dado que esse cálculo é imperfeito, e também o mundo e as coisas o são, a seu modo, é realista estipular uma margem de erro a (normalmente um valor positivo, mas por vezes, quando a sorte encontra-se ao lado do trabalhador, negativo). assim, a quantidade de trabalho Qt para fazer algo deve ser medida como:
Qt = n(x + a)
onde n são os impedimentos burocráticos, necessários ao retardamento e atravancamento do processo. para mim, ao menos, é tentador adicionar, “tal que n=2 ou n>2”, isto é: nas condições atuais, a burocracia sempre dobra a quantidade de trabalho necessária.
postado em 30 de novembro de 2011, categoria Uncategorized : burocracia, matemática, trabalho