jesus indiscernível

escreve arthur danto, em andy warhol, cosac naify, 2012, p.44-5:

A nova pergunta não era, “O que é arte?”, mas “Qual a diferença entre duas coisas, exatamente iguais, uma das quais é arte e a outra não?”. Nesses [45] termos, a pergunta se tornou uma questão quase religiosa. Jesus é simultaneamente humano e divino. Nós sabemos o que é ser humano – é sangrar e sofrer, como Jesus, ou os consumidores a que se dirigem os anúncios. Assim, qual a diferença entre um homem que é deus e um homem que não é? Como determinar a diferença entre eles? Que Jesus era humano é a mensagem natural da circuncisão de Cristo. É o primeiro sinal de sangue real escorrendo. Que ele é Deus é a intenção da mensagem que o halo em volta de sua cabeça anuncia – um símbolo que é lido como uma inegável marca da divindade.

com o advento da transmutação do mundo na terra dos homólogos artísticos, se cada coisa confunde-se com o seu equivalente artístico, em cada homem procuramos o jesus da segunda vinda. a trombeta de deus toca música-silêncio.


postado em 21 de novembro de 2015, categoria comentários, livros : , , , , , , , ,