quando estudava na unicamp, andava muito com lucas araujo e mário del nunzio. inventamos, na época, uma tabela de conversões monetárias com duas unidades apenas: (1) salário do neymar (SN); (2) cachê do chico buarque (CB). assim, quando fosse pedir uma coxinha com suco na cantina, poderia, ao invés de dizer: “tá aqui, 5 reais”, você poderia dizer, “estou a pagar 625 dez-milhonavos de cachês do chico buarque por este lanche” (0.0000625 cbs). o que seria, obviamente, muito mais unidades do que se a conversão se desse em SNs.
[dos rascunhos, junho de 2014]
postado em 24 de novembro de 2024, categoria comentários : chico buarque, desigualdade social, dinheiro, neymar, salário
1. desde julho uns livros sobre bataille não me chegam. há uma mensagem específica no
bookdepository: “
if you are ordering from brazil…“. ah, curitiba, curitiba, lar da receita federal.
2. finalmente o brasil mostrou que não é necessário monarcas. cervejeiros e banqueiros bastam. o 1% é nosso. depois da pesquisa que dizia que trabalhadores de fábrica chinesas ganhavam em média melhor que aqui, era essa a próxima mesmo. orgulho nacional.
3. no final era hitler. sempre ele. mas ele se travestia de pura energia, aparecendo como um samurai mágico. suas estátuas canhão indianas, na forma de mulheres buda de ouro, acordaram para a individualidade. bastou um “cogito ergo sum” para que elas começassem a destruir uma às outras, pois compartilhavam o mesmo programa e assim queriam ser cada uma, individualmente, única. descartes e a destruição que resulta na manutenção da paz no universo. (ep 39 de “space adventure cobra“).
4. o fim da neutralidade da internet é um daqueles assuntos em que eu sinto que devo comentar sobre. mas comentar o que? nunca vi um único usuário ser a favor de ser sacaneado e ter menos acesso, além de sentir se na mão de uns imbecis cheios da grana.
5, assim é. um bar fecha a rua com ajuda da polícia militar vira e mexe. os motoristas nunca sabem e de qualquer forma tem de pegar os passageiros e depois dar ré. a rota é tortuosa, e às vezes erra-se a curva. há sempre resmungos. no ponto, a 3 anos o teto rachou e desde então vai se deteriorando. as pessoas olham pra cima preocupadas, se e se escondem do sol do outro lado da rua. e resmungam. quando o ônibus para fora do ponto, em uma chuva do tipo “inunda rua”, a mulher grita ao motorista pra aproximar da calçada. ele finge que não ouviu. espera ela descer, só que ela não desce, então ele vai pro próximo ponto e para igualmente na rua. ela vai ficar imensamente encharcada. é uma senhora já idosa. a opinião se divide. mas ela quer o quê também, isso não é um taxi. às vezes eu acho tudo isso ofensivo. às vezes eu intervenho, vou até o motorista, argumento com os passageiros, ligo pra bhtrans pelo ponto. felizmente, há ainda antropologia. mas é cansativo.
6. domingo em belo horizonte e eu, por indocrinação paulista, procuro em vão uma cafeteria aberta. não há. não porque eu esteja em bairros afastados. não estou. a realidade vence a vontade. não deixo de ecoar um desprezo pelo suposto nível civilizatório inferior que isso indica a alguém cujo convite “vamos nos encontrar lá no café” é um exemplo de “pura ideologia”.
postado em 9 de janeiro de 2018, categoria comentários, crônicas : 1%, adolf hitler, antropologia, belo horizonte, bhtrans, brasil, café, desigualdade, georges bataille, internet, netralidade, notícias, salário, space adventure cobra
o assalariado grita férias! e pensa: estava cansado, trabalhei tanto…
postado em 20 de dezembro de 2013, categoria crônicas : cansaço, salário, semestre