31|01 vinheta

na virada do ano, em copacabana, gravei os sons dos fogos de artifício, e na madrugada seguinte, antes da operação de limpeza impressionante e eficiente dos garis cariocas (começando às 6h30, às 7h30 a praia, bem como todas as ruas próximas, ficam absolutamente limpas), filmei o lixo deixado na praia durante a festa. o resultado dessa empreitada é o vídeo 31|01. diferentemente do que me é usual, não postei o vídeo inteiro no youtube. gostaria de fazer exibições por aí. aceito convites e recomendações.


postado em 5 de março de 2015, categoria vídeo : , , , , , ,

fogos de um apê em copacabana

gravei os fogos do réveillon em copabana de dois locais diferentes. da praia, do meio da galera – gravação para o vídeo 31|01, que está pronto e apenas esperando cineclubes, convites de exibição etc – e da janela do apartamento de miwa (omedetô!).

incluo aqui também uma versão na metade da velocidade de reprodução.


postado em 28 de fevereiro de 2015, categoria gravações : , , , , ,

exílio em copacabana

1. mochila e latão, a outra mão levanta e pressiona a orelha: começa a falar sozinho,  falar espanhol e estar muito louco ou estar louco e achar que fala espanhol. baba. agora até aos demônios internos usa-se um celular.

2. depois de uma tarde agradabilíssima de conversas com aline, vou ao cinema sozinho e o que está passando é o hobbit 3.

2.1 que perda de tempo! mas fiquei pensando, nem tanto minha, que só foram 3 horas. imagina todas essas pessoas que efetivamente trabalharam durante meses nesse filme. que vida desperdiçada, que situação medíocre e melancólica.

2.2 assisti em 3d e com resolução maior. e o que a resolução maior, amplificada pelo 3d, faz é o seguinte – você começa a sentir (saber sem poder exatamente precisar) que as roupas não estão sujas o suficiente, que há maquiagem demais em alguns atores; começa a intuir o que é cg e o que é cenário. começa a ter rusgas com a iluminação artificiosa. tudo parece mais teatral, mas uma teatralidade mal definida – a maior qualidade confere menos realismo (expõe pontos de não realismo).

3. muleque na praia, olhando pra uma pilha de garrafas sujas, pegando uma delas, escolhida, olhando para os colegas e dizendo “aí mané gozou nessa porra”.

4. na nossa sr de copacabana, dois adolescentes já um pouco crescidinhos – mermão, tu me chantageou. vou ligar pra sua mãe. (foda-se, foda-se você, foda-se mermão.)

5. na virada fogos de artifício medíocres e rápidos. meninas argentinas sem noção, italianos e franceses com alguma noção. uma barca pegando fogo, algum interesse nisso. passo o tempo todo fazendo cara de paulista entediado.

6. sentado num empório, com um livro difícil e chato e uma cerveja belga, entra uma mulher cadeirante e seu marido, e depois um homem cadeirante e sua esposa. (eles acham que sou escritor e vou utilizar essa cena no meu próximo livro: “sua esposa é nova, você é cadeirante faz tempo? ela te conheceu antes ou depois? / antes, alguns anos atrás. ela apaixonou quando viu meu apartamento. seu marido não é rico pelo jeito. / eu sou médico, moramos no canadá, é a primeira vez que estamos aqui. / ei, me vê um desses cafés de cocô de jabiru.)


postado em 22 de fevereiro de 2015, categoria crônicas : , , , , , , ,