do silêncio, poesia

se existe alguma chance de que a linguagem primitiva / antiga esteve mais próxima do ser, como queria heidegger, ou então, como dizia emerson: “language is fossil poetry“, de que no começo, era a poesia, uma coisa é certa para mim: isso só é concebível pensando os antigos, os originários, como humanos lacônicos, imersos em silêncio, com apenas algumas raras ocasiões de necessidade comunicativa; não o dizer do modo antigo que aproxima, mas o não dizer.

arthur, em sylvie e bruno, de lewis carroll, relaciona esssa distância com a instituição da igreja.

Por que razão não nos deixam gozar as belezas da natureza sem que o tenhamos de o dizer a cada minuto? Por há-de a vida ser um longo catecismo?


postado em 28 de novembro de 2016, categoria comentários : , , , , , ,