fragmentos das cadernetas #1

1. no meu mandato a gramática será mais racional. la grammaire devrait être plus rationnelle!

2. “conceitualistas tendem para a comédia, barulhistas para o terror”.

3. cellphone is comunication porn; chocolate is candy porn; is pornography movie porn? maybe not. more like “masturbation movie porn”.

4. indústria cultural entretenimento. associação cultural comunidade coletivo solitário.

5. alguns personagens ou locações:
– um homem a qual todas as ruas são subidas sempre, na ida e na volta
– o menino do engarrafamento
– o jovem de cadarços enormes
– uma biblioteca em forma de labirinto
– um museu vazio
– um administrativo piscina de bolinhas


postado em 5 de agosto de 2020, categoria miscelânia : , , , , , , , ,

campanha eleitoral 2014

não quero eleição, quero criatividade (thaís di marco)

eu, um socialista pela liberdade, voto no psol, legenda 50. meu principal argumento é bem simples (e anti-realpolitik): o psol vota consistentemente contra os salários astronômicos e regalias para os políticos. há uma ideia efetiva de combate à desigualdade sócio-econômica e valorização de processos educacionais. ademais, alguns destaques dentro do partido são pessoas que gostariam de viver bem nas cidades e regiões em que atuam (recentemente, por querer viver bem em são paulo, ao prefeito haddad foi dado um enorme destaque. o fato é que grande parte dos políticos não vive a cidade em que atua).

eu decido meu voto antes do período de campanha eleitoral, não especificamente para não ver debates ou peças publicitárias, mas para combater o pensamento de que “a publicidade move o mundo” (outro argumento simples – eu sou parte do mundo e ela não me move – embora sua influência seja tão grotesca que seja necessário situar-se negativamente em relação a ela). isso não é algo forçado, e sempre me atraiu a ideia de que gastar dinheiro com publicidade deveria diminuir as vendas/o efeito daquilo com o qual se gastou dinheiro. antes eu tinha certa indiferença pelas eleições e anulava (na verdade – votava PAU, legenda 00, partido anarquista da união (braço ativista do partido anarquista oligárquico, subseção do PCP, partido contrapragmático do brasil)). como não tenho tv e nem hábitos jornalescos, essa postura me veio sem esforço algum.

não obstante, algumas produções eleitorais merecem destaque (destaque e não voto – campanha eleitoral está, conforme acima, completamente dissociada de intenções de voto).para assim me recusar a ver debates; é também o modo mais seguro de se recusar de toda a forma a valorizar o dinheiro gasto em campanha, porque independentemente da campanha, eu já havia pré-decidido o voto. anti-publicitarismo à parte, do pouco que vi, o paulo batista de longe merece destaque (digo destaque e não voto – campanha não tem a ver com votos, lembram?).

1. pela ambiguidade (é sério? / trata-se de um maconheiro? de um marombado amigo do bonde da stronda? / o vídeo foi feito por estudantes da usp? etc) e pela desenvoltura audiovisual tosca e piadas e vocalizações de paulista: paulo batista 1paulo batista 2.

2. inúmeros memes envolvendo geraldo alckmin. destaco “os alckmistas estão chegando” e, aproveitando a deixa de paulo batista, “o raio neoliberalizador”.

3. programa deseleitoral, iniciativa anarquista cujo finaé surpreende, com gráficos de crescimento do número de não votantes e meme do coxinha.

4. o humor como forma crítica / crítica da forma, nas campanhas de marcelo adnet 1marcelo adnet 2.

5. suplicy e balde de gelo, no melhor estilo “o homem simpático com o pior senso de humor do mundo”, como tenho dito.

6. adicional relembrar é viver, com weslian roriz defendendo a corrupção.

7. fidélis e um funk; me lembra dos tempos da minha antiga banda o “mundo” entre aspas

8. você me conhece, do porta dos fundos. vale muito a pena ver.


postado em 4 de outubro de 2014, categoria comentários : , , , , , , , , , , , , , , , ,

proposição 2013-09

proponho que a partir de agora todas as campanhas publicitárias do mundo sejam encaradas e consideradas como monumentos à estupidez. proponho que os elementos que compõe essas campanhas sejam considerados símbolos da mesquinharia humana.

corolário: há muito eles sabem que o que pode ser considerado de um jeito pode também ser considerado de outro. que ver uma imagem afixada de um produto pode ser um indicativo de que aquele não presta, não vale. de que o esforço para gerar identificação em uma mensagem pode gerar justamente o contrário (o modo hipócrita da imagem). então, chega de ambiguidades! chega de desconstrução! tudo isso fere o olhar, esse vai e vem: há muita matéria para o pensamento que não esse regime do toma lá da cá!


postado em 17 de setembro de 2013, categoria proposições : , , , , ,