considere-se o carnaval como a articulação de três classes de objetos: blocos carnavalescos, ajuntamentos a-carnavalescos e não-blocos.
1. a violência alegre com que um bloco empurra um não-bloco; a melancólica infiltração com que um não-bloco dissipa um bloco.
2. um ajuntamento a-carnavalesco do tipo “fome-almoço” a se formar ao meio dia.
3. não-blocos em movimento, varrendo a cidade com suas formações não-humanas, subindo e descendo – pequenos desertos, confetes ao vento, não-encontros, manchas de tinta. relação de exclusão com os blocos e de permeabilidade aos ajuntamentos.
postado em 12 de fevereiro de 2013, categoria Uncategorized : blocos, carnaval, objetos
não é incrível como, do que recebemos visualmente, uma luz (a se passar por um bloco de luzes) a modular no tempo, variando intensamente o tempo todo, extraímos determinações, que nos permitem identificar, apontar e mostrar que há diferentes objetos no mundo?
não é incrível como, do que recebemos auditivamente, um som (a se passar por um aglomerado de sons) a modular no tempo, variando intensamente o tempo todo, extraímos determinações, que nos permitem identificar, apontar e mostrar que há diferentes objetos no mundo?
que possamos emitir sons e assim contribuir para o som, enquanto não o fazemos com as luzes, talvez explique a diferença de natureza que atribuímos à escuta, em relação à visão.
postado em 14 de outubro de 2012, categoria Uncategorized : audição, filosofia, luz, objetos, percepção, som, visão
1. deixar objetos posicionados estrategicamente em locais nem muito visíveis nem muito escondidos. por exemplo, livros numa estante, bicho de pelúcia jogado no canto de um quarto.
2. dar presentes duráveis, mas com um certo desdém. se o presente durável for dado com afeto, acaba por se impregnar da sua pessoa; ao invés de influenciar o presenteado, o fará lembrar de você (se o presente não for durável, essa lembrança se esvairá tão rápido quanto a experiência de ter consumido o presente for se esvaindo). o desdém faz com que o presente seja posicionado pelo presenteado, tal como os objetos do ítem 1.
3. se você tem modos de atenção e peculiaridades nas articulações dos jeitos de fazer bem definidos, então, enfatize conteúdos e jeitos de fazer, ao tratar com o outro. essa ênfase vai tirar a atenção do outro daquilo que é mais pregnante.
4. pense no subreptício.
postado em 9 de outubro de 2012, categoria Uncategorized : influências, objetos, presentes, subreptício