meditação de nina giovelli
postado em 24 de agosto de 2014, categoria crônicas, reblog : friedrich nietzsche, funk carioca, meditação, nina giovelli, pancadão
eu tinha de determinar a constituição de uma série de elementos pertencentes a um grupo. essa determinação envolvia a separação de dois componentes, um dos quais estava sujeito a um teste simples, que me permitiria aferir se o elemento era ou não consistente em relação aos outros do grupo, ou a um princípio (não declarado). nessa separação, eu via um conceito ficar embaixo do outro, e os critérios lógicos se ordenarem, como em uma estante, mas verticalmente.
o quinto elemento era uma banheira de ofurô, devidamente preenchida com água quente. dentro da banheira estava nina giovelli. eu via os braços dela, apoiadas nos bambus laterais, e do busto para cima: as partes emersas. usava um pano que tapava o conceito, que então não podia ficar devidamente separado. isto porque o pano era irreal e não continha conceito de cor, não sendo possível falar nem em cor nem em conceito, mas apenas em pano.
assim, disse: “tire esse pano nina”, ao que ela olhou (a cara dela, no sonho, não era especialmente expressiva, sua expressão facial parecia ser sempre a mesma: bonita e agradável – atraente -, mas, ao mesmo tempo, normal, com um resquício do insosso rondando). e respondeu: “não posso, tenho vergonha. debaixo estou apenas de biquini”. e: “tá, espere”.
esperei. e de novo e o pano sumiu, e nina estava de maiô preto petróleo, e apesar da água, podia vê-la, por inteiro: sentimento de estrelinhas douradas se espalhando e sons de plin plin plin.
(o quinto elemento era inconsistente em relação ao grupo.)