era um bebe que nasceu falando. os cérebros das pessoas acharam aquilo tão absurdo que imediatamente converteram aquela fala bem articulada (significados) em ruídos e balbúcios sem sentido.
o dia ia começando cada vez mais tarde. um pouquinho aqui, um segundinho ali. o objetivo do dia era virar noite sem que ninguém percebesse, invertendo. a noite o acompanhava, indulgente. para ela não importava. continuaria tudo o mais 12 por 12.
em um determinado dia, finalmente O EVENTO: tudo o que era azul passara a ser verde e tudo o que era verde passara a ser azul. então, nada de verdul ou azerde. as pessoas, entretanto, agora chamavam as cores por nomes trocados.
como a mente e o corpo são distinta e claramente separadas, então essencialmente díspares, um corpo de homem em uma cena, sua dome a torturá-lo, SSC etc, sofria, enquanto sua união com a mente jubilava, e sua mente pensava na falta de necessidade ontológica para a existência da palavra de segurança.
era uma estrela negra, a black star, non shining, sem brilhar, não brilhando naquela noite noturna, em toda a sua ominosa sombrietude. no céu, pontos luminosos. mas não ela.
kim jong-un estava primeiro a olhar coisas. depois passou a não-olhá-las. passou a se chamar kim jong, mas apenas secretamente.
ao se tornar imperador supremo, seria lhe outorgado finalmente o selo mental que dizia: agora, desde agora, a partir e então, todos os seus pensamentos são e serão seus, de você.
antes do undo as vores eram vores e depois do undo.
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(essa série, apesar das datas das postagens, é de dez 2012, jan 2013. vide)
postado em 5 de fevereiro de 2019, categoria prosa / poesia : bdsm, black star, corpo-mente, grue, gx jupitter-larsen, histórias, kim jong-un, linguagem, ludwig wittgenstein, nelson goodman, noite e dia, rené descartes, undo
eu sugeriria que o pt nos próximos quatro anos usasse azul e amarelo como cores identitárias, enquanto o psdb, o vermelho. os comunistas deveriam usar amarelo [como num funeral chinês]; os atleticanos azul [petismo atleticano], e os cruzeirenses cinza (preto + branco, pra simplificar, mas talvez isso seja ruim, ver abaixo). na verdade, meu primeiro decreto como presidente seria também uma medida provisória para que “todas as cores que adquirissem caráter simbólico-semântico pudessem ser trocadas por outras, que assim trocadas, adquirissem a a relação simbólico-semântica das primeiras”. isto é, de duas uma, ou consideramos que houve troca de nome de cores, e que o nome é o portador social, de modo que “vermelho” [azul e amarelo] continue sendo simbólico de esquerdismo, via ex-comunismo, ou que a cor manteve seu nome mas trocou sua carga simbólica-semântica, isto é, o portador social era o sentido [o indizível], de modo que azul continue sendo, como vermelho, cor de socialista, de melancia, de cochonilha esmagada (as faixas de bicicleta paulistanas passariam assim, de um dia para o outro, a atuar como uma grande mensagem subliminar psdbista, efeito bem explicado por nelson goodman em seu famoso artigo sobre a indução, como a mudança do verde para o azul e vice-versa ou então do grue para o grue (a mudança a qual pode ser caracterizada pela permanência do mesmo, desde que o mesmo tenha dependência temporal))
o pmdb continuaria em seu processo, translúcido, cada vez mais transparente.
(isso não é a promoção da confusão. não proporei a mistura das massinhas coloridas rumo ao mundo cinzento. pois quem quiser de fato declarar-se homofóbico machista racista anti-pobre fundamentalista deveria poder pintar a cruz na testa, e essa cruz também possuir uma cor)
postado em 21 de outubro de 2014, categoria comentários : amarelo, azul, ciclovia, cores, eleições 2014, indução, nelson goodman, pmdb, psdb, pt, segurança, vermelho