eu aprendi que o dia 24 é diferente do 25 e que natal é no 25. quando criança, a principal caracterização disso era: você tinha de ficar passando fome até as 0h, caso fosse comemorar a data. caso você perdesse essa virada (alguém te alimentasse e você distraidamente dormisse antes, sem perceber nada de estranho), era possível saber ser natal se o almoço fosse ainda farto, mas composto de sobras. se alguém te oferecesse um presente logo de manhã, a confirmação seria plena. você jantaria normalmente pelas 20h, e o dia seguinte amanheceria com a confiança vitoriosa de tratar-se do 26.
postado em 24 de dezembro de 2016, categoria crônicas : 25 de dezembro, ceia, infância, natal
1. olha que deus está vendo todos esses ateus comemorando o natal.
2. e todos esses papais noéis (ateus) vestidos com as cores da coca cola.
postado em 24 de dezembro de 2014, categoria comentários : ateísmo, coca cola, deus, natal, papai noel
qual concepção você identifica mais? acima, pawel kuczynski; abaixo, hugleikur dagsson.
postado em 24 de dezembro de 2013, categoria reblog : chineses, hugleikur dagsson, natal, papai noel, pawel kuczynski
1. no dia 24 de dezembro de 2004 eu estivera o dia todo atarefado. no computador, pedia para atrasarem a ceia para que eu pudesse terminar uma “canção”. era uma colagem musical envolvendo:
- papai noel filho da puta, de garotos podres, interpretado pelo grupo ratos de porão, joão gordo ao vocal. canção punk canônica: “não vai ter natal”.
- presente de natal, de nelcy noronha, interpretada por joão gilberto. bossa sexista: dá pra imaginar gilberto babando na seção de vocalises.
- natal brasileiro, de jorge benjor, por ele mesmo. tirem suas conclusões (notem o esquema que usei com os nomes dos cantores).
- alguma gravação genérica de natal (a letra diz “há mais luz lá no céu hoje é bom natal).
- alguns sons genéricos de minimal tecno.
2. quando criança eu tinha medo do papai noel, desatava a chorar e me esconder, se aparecesse. acho um tanto curioso que mesmo em minha família essa tradição já esteve presente. típico caso de <já que fazem fazemos também>. dos filmes envolvendo o natal, the nightmare befor christmas, dirigido por tim burton, foi-me o mais marcante; já estava mais velho (mais de 10 anos); canções memoráveis como a do papão cruel.
postado em , categoria comentários, obras : garotos podres, jingle bells, joão gilberto, joão gordo, jorge benjor, minimal tecno, natal, natal brasileiro, nelcy noronha, papai noel, papai noel filho da puta, presente de natal, ratos de porão, the nightmare before christmas, tim burton
1. em dúvida de qual presente dar por ocasião do natal? a genealogia da moral é sempre um grande sucesso!
2. decoração pré-natalina em minha morada.
- o presépio completo e o palco gigante – que não tirei foto, mas era pelo menos 3x2x1.5 – tinha chapéus, foi construído de madeira e tinha estrelas além de luz própria. a equipe do rai já o realocou para alguma cidade do interior.
- nossa árvore montanha de lixo natalina. a parte do lixo, exceto garrafas também já foi realocada por iwao e eliane, junto à equipe de recolhimento de dejetos urbanos.
- para quê bolas de cristal quando temos decorações serpenteando nosso próprio teto.
postado em 23 de dezembro de 2013, categoria comentários, fotografia : fotos, friedrich nietzsche, genealogia da moral, natal, pre-natal
nesse dia 10 de janeiro [a que dissimuladamente chamamos de 31 de dezembro] é sempre bom lembrar que, tal como não houve natal, não haverá ano novo. no undo, a que dissimuladamente nos referimos ainda como mundo, ao dizer “2012” significamos “0000”, ao dizer “feliz ano novo”, queremos apenas dissimular a destruição total acometida, sutilmente.
entretanto, entendemos que todos esses costumes, já mortos e decadentes, escondem um desejo real, qual seja: de que os dias sejam bons, de que sejam ótimos, de que sejam excelentes, de que sejam ruins, de que sejam péssimos, de que sejam nulos, que contenham alegria, tristeza, angústia, felicidade, calma, raiva, loucura, normalidade, apatia, alienação, entusiasmo, engajamento, responsabilidade. enfim, que os dias sejam dias, de todo o coração.
assim, por dia, entendemos o valor da continuidade, por natal e ano novo queremos dizer “acostumar-se, habituar-se – fazem parte da nossa vida”. de que ao dizer “feliz ano novo”, simulamos e assim inventamos um ciclo, a espiralar continuamente, mesmo quando não há nem continuidade, nem espiral, mas apenas ruptura e imobilidade.
“todos os anos são o ano”: o que isso significa? que há apenas um único ciclo, imóvel porque inteiro mobilidade – o grande não, o no do undo, um no que afirma nossa existência presente. diríamos “feliz mundo novo” se dizer isso não fosse errado e invonveniente. pois o undo faz-se justamente desfazendo-se; estabelece-se na dissimulada continuidade de um mundo já acabado.
[comunicado do undo no.4, ia único do no único o grande no, perpetuamente: não há futuro, por mais que dissimulemos o hoje no amanhã]
postado em 31 de dezembro de 2012, categoria Uncategorized : ano novo, dissimulação, futuro, george berkeley, natal, o grande não, simulação, undo