fez 38 graus. comprei panetone na promoção, 30%. trombei com mendigos e dei para eles. fui duas vezes do ibirapuera ao shopping butantã, por dois pratos. quase era natal, tempo de desencontros – como seria isso possível? – alternei entre o feliz e o melancólico. disse schiller, da supremacia moral, do sublime – ainda assim: o asfalto era cinza, e eu parei, exausto, para um sorvete. e pensava muito em renomear todas aquelas fotos.
postado em 24 de dezembro de 2011, categoria Uncategorized : butantã, friedrich schiller, microstórias, são paulo, sublime
setembro, início
1. banheiro gratuito, rodoviária do tietê: um garoto, blusa surrada, 7h40 da matina; esquenta suas mãos no secador.
2. ônibus gontijo, são paulo-belo horizonte: músicas românticas do rei roberto, sem fone de ouvidos, de mãe para filha.
3. ônibus gontijo, belo horizonte-são paulo: garota, patricinha reggeira, fumando maconha no lavatório.
postado em 5 de setembro de 2011, categoria Uncategorized : cidade, microstórias
1. maníacos por fila, é preciso respeitar a fila, dessa vez passa heim, mas entra logo que se não eu brigo.
2. na entrada do concerto, vendem-se cds dos participantes (quarteto stellari). um apreciador de música contemporânea compra vários cds; o vendedor os embrulha em um saco plástico. durante o concerto, sentado ao meu lado, esse notório apreciador mexe no saquinho várias vezes, fazendo barulho.
3. garoto magro, muderno, de fones de ouvidos brancos, dentro do ônibus, na parada em que eu vou (também) descer. licença ele diz. eu vou descer também, ele não ouve, são os fones, licença, olho nos olhos dele, que olham o nada; eu vou descer, ele começa a se esfregar em mim, procurando espaço para descer, me dá uma empurradinha e desce, eu desço, ele sai andando estilo vou pra uma festinha.
cidade de são paulo-são paulo.
postado em 31 de maio de 2011, categoria Uncategorized : cidade, microstórias