esportes que o infinito menos apoia com entusiasmo
(lista de 2018. foto de dorothé depeauw)
postado em 21 de maio de 2019, categoria fotografia, miscelânia : esportes, infinito menos, listas
(lista de 2018. foto de dorothé depeauw)
listas de fim de ano tem a vantagem de tornar estrategicamente ruim lançar álbuns em dezembro, deixando o mês inteiro como “momento de ouvir muitas músicas e gostar de poucas”; em algum momento, inclusive, a questão, com a internet, é ir baixando e deletando, ir ouvindo e pulando. nesse esquema ouvi trêz álbuns até o final, por enquanto: sexwitch; music in exile; garden of delete. a outra vantagem é de mostrar como nosso hábitos de linguagem e de construção de sentido estão cheio de generalizações mal definidas, picuínhas transformadas em condições existenciais, percepções complexas feitas arrotos verbais etc. enfim, é o momento de transpor a forma funil à toda e qualquer incomensurabilidade e se regozijar na linguagem publicitária, esse bem universal.
em uma relação ambígua quanto a isso ofereço uma pequenina lista de não-melhores de 2015. com isso quero dizer: álbuns que eu considero valerem muito a pena ouvir; álbuns que me fizeram pensar, que me fizeram reavaliar o que para mim é escutar; álbuns que me mostraram saídas e caminhos diversos e interessantes, habilidades e construções que eu mesmo não iria atrás mas admiro muito. por fim, são álbuns todos eles de colegas, o que quer dizer: pessoas que trombo por aí. não necessariamente o que valorizamos mais está longe; pode estar bem próximo. ademais, a lista é propositadamente curta: há muita coisa boa sendo feita, mas com todas essas listas, ficarei feliz se o leitor dessa postagem ouvir um álbum destes até o final.
£ stefan prins, peter jacquemyn, matthias koole – mármore e murta: como disse marco scarassatti, “música improvisada a valer”. energia, equilíbrio, consistência, mas sem perder a dose de risco que é o melhor complemento que se pode ter ao domínio.
≠ flores feias – f .˙. f .˙.: canções levemente desafinadas e riffs de rock que se atêm ao simples; cortes abruptos e caseiros; som sombrio.
¢ macos campello – bamsa: improvisos de guitarra solo; um fundo de samba (de standards a lá bailey); sequências extravagantes e macromontagens como num filme de goddard.
∞ god pussy – animal: ruidera visceral, recortada em faixas/sessões, com a diferença importante de que elas seguem por 3 horas a fio.
¶ bella – cantar sobre os ossos: no lado b, a relação sobreposta entre as diversas camadas aí distorcidas da colagem de obras de mulheres e a voz e seu canto tanto ritualístico quanto desconcertante. a construção no não encaixe, na retomada soterrada.
§ j.-p. caron – breviário: álbum de tom lírico e confessional: aproximações entre música e sentimentos cotidianos. acompanha ou é acompanhada por belos poemas-partitura (baixe o álbum). entrelaçamentos de uma vida.
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