1. p.190.
Chegar ao governo e denunciar. Denunciar o quê, estava tudo denunciado.
2. p.324.
Acreditamos em tudo, somos incorrigíveis. Esperávamos até que os empreiteiros negassem a longa tradição de construírem o imediatamente obsoleto.
{ignácio de loyola brandão, não verás país nenhum, global editora, 17ª edição, 1990}
postado em 31 de julho de 2014, categoria excertos, livros : andrade gutierrez, camargo corrêa, construtoras, corrupção, empreiteiros, governo, ignácio de loyola brandão, não verás país nenhum, oas, odebrecht
quando disse que manteria conforme agendado o show no nelson bordello, do qi, as pessoas me aconselharam a cancelar. disse que não, que não concordava de modo algum com ter de cancelar, ainda mais pelos seguintes motivos espúrios:
- que o governador prometera anestesiar toda a população, seja com futebol, seja com porradaria, tropa de choque, exército e não apenas a polícia militar;
- que o prefeito disse que (l)a merda era pouca, que as pessoas precisavam apanhar mais;
- que decretaram feriado na cidade, para que as pessoas pudessem ficar em casa;
- que disseram que iam diminuir a frota de ônibus, e também reduzir os horários de funcionamento do metrô;
mas fui obrigado a cancelar, com o perigo da pm e exército de depredarem o local, de danificarem nosso equipamento, com a possibilidade de ficarmos sem translado. tive de aceitar que o poder público realmente me proibiu de trabalhar. ou fico em casa lendo, ou vou pra rua temperar a cara e cheirar gás. trabalhar, não, não pode, nem à noite, muito depois do horário da manifestação.
postado em 26 de junho de 2013, categoria crônicas : antonio augusto junho anastasia, belo horizonte, governo, marcio araújo de lacerda, nelson bordello, poder público, polícia militar, qi, trabalho
já faz mais de dois meses que as universidades federais estão em greve. resolvi aqui ajudar a divulgar a situação. eu diria que até esta, fui contra todas as greves universitárias que presenciei (mesmo as que participei como membro do centro acadêmico do instituto de artes da unicamp, entre 2002-4). eu sempre achei e ainda acho que greve deve ser usada apenas como um mecanismo excepcional, para mudanças estruturais, e que a prática periódica de greves provoca um ciclo vicioso improdutivo.
acontece que nesta greve é colocada a necessidade de mudanças estruturais quanto à carreira de professor: aumento do piso salarial (há universidades que pagam 600 reais de “salário”); diminuição do número de níveis de carreira. há também o pedido de aumento de salário, mas, especialmente nos níveis inferiores da carreira, ela faz muito sentido: os professores ganham em média bem menos do que outros servidores públicos. isso varia bastante, mas na minha cidade, campinas, motoristas, acessores de vereadores e técnicos administrativos (esses sim ganham por vezes mais do que ‘no mercado’) ganham bem. não precisa nem dizer que os políticos ganham uma fortuna.
ou seja, uma oportunidade para realizar um primeiro passo na diminuição da desigualdade social dentro das universidades, entre os professores, e a possibilidade de aumentar o salário daqueles que estão em início de carreira e assim valorizar a educação no brasil: valorizar gente jovem, que está com vontade de produzir, como se diz: ‘sangue novo’. uma contraproposta do governo poderia, por exemplo, ser um teto salarial, um achatamento dos salários para que a maioria dos professores ganhe melhor e a minoria de ‘magnatas’ (é assim que são chamados) não se beneficie.
infelizmente a proposta do governo vai no sentido de diminuir o salário dos níveis mais baixos da carreira, dificultar a subida ladeira acima nos níveis, e fazer com que os professores ingressantes ganhem possivelmente menos durante três anos, sem poder subir de nível nesse período. ou seja, vai no sentido de tentar aumentar a desigualdade social dentro das universidades.
há alguns textos por aí sobre isso, e eu tomei o cuidado de consultar alguns colegas, professores de universidades federais. um bom texto é esse. abaixo um quadro informativo, talvez propositalmente feio para estar no mesmo clima da situação…
postado em 21 de julho de 2012, categoria Uncategorized : educação, governo, greve, universidades federais