perder o cartão de embarque é uma estupidez que poucos indivíduos passam sem. hölderlin: “é preciso aceitar que o humano tem disso”, mas na real, não precisava do poema dele lembrar-nos disso. a secretária da universidade ou um burocrata outro, desindividualizado estava bom o suficiente.
procuras no site da gol e quase-nada: um zero-oitocentos. o justo pagamento pela falta de atenção (tantos papeizinhos a se jogar no lixo!). primeira ligação, 30 minutos, mas matia roole (matthias koole) recebe no e-mail declaração dizendo que ele realmente foi pra cucuia e eu não recebo nada. sete mensagens depois e zeroitocentos de novo. na verdade meu código não era banana mas maçã mas na verdade eu não embarquei (ou ao menos, não embarquei com maçã mas com mamão). 30 minutos depois espere até sete dias úteis mas hei de receber a mensagem do mamão, e a dita secretária pode cobrar a maçã, que a universidade pagou duas mas levou uma.
(o departamento de respostas não é o mesmo que o de emissão de comprovantes de embarque)
postado em 2 de outubro de 2013, categoria crônicas : 0800, comprovantes, friedrich hölderlin, gol, matthias koole, universidade
não pude colocar essa bela citação de lyotard na outra postagem: de um mesmo ponto de partida, os múltiplos caminhos ora entrecruzam-se, ora não, aparentam incompatíveis. e o quão estou longe desse bem aventurado vagar em colono.
“ao contrário, após descobrir que matou o pai e desposou a mãe, o músico experimental ‘moderno’ começa a caminhar sem tentar concluir e resolver suas experiências. ele esforça-se mais por alcançar uma vacância tal que ele possa se manter aberto para a vinda dos acontecimentos sonoros.”
(peregrinações. são paulo: estação libertade, 2000, p. 45)
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e duas visões do trágico: sócrates e o estrogonofe; burroughs e a maçã. no segundo casa há o episódio em colono, no primeiro, apenas o destino.
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e recomendo o livro: “hölderlin e sófocles; observações sobre édipo e observações sobre antígona”, de friedrich hölderlin e jean beaufret. rio de janeiro: jorge zahar editor, 2008.
postado em 2 de fevereiro de 2012, categoria Uncategorized : destino, édipo, estrogonofe, filosofia, friedrich hölderlin, jean beaufret, jean-françois lyotard, maçã, músico, sócrates, sófocles, trágico, william burroughs
sobre o tema do édipo o professor universitário sabe bem: o destino. o fantasma daquilo que “não precisa ser assim” o ronda: e não há conhecimento ou desconhecimento que o salvaguarde, e ainda que ele tenha se precavido, esposa e filhos. ou assim é, ao menos, às vezes, para alguns: jocasta à espreita / à espreita de jocasta.
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diria lyotard, em peregrinações, (estação liberdade, p.21, 2000):
“em sua reflexão sobre o desvio categórico que separa o deus e o homem, hölderlin observa que o verdadeiro drama de édipo não é tanto realizar o destilo que apolo lhe prescreveu quanto sobreviver a essa realização. leibiniz diria: é continuar a viver quando, de acordo com a noção que deus tem disso, acabamos. quando a intriga de édipo tinha de desempenhar acaba, pode começar uma forma de pensar que se harmonize com a essência do tempo.”
postado em 8 de dezembro de 2011, categoria Uncategorized : édipo, filosofia, friedrich hölderlin, jean-françois lyotard, jocasta, peregrinações, professor, sófocles, universidade