como não nos percebemos aprendendo e como para nós saber é sempre uma aposta a se verificar, estudar é conviver com as trevas, é se alimentar das trevas, é acreditar na incerteza da escuridão.
ao caminhar pelas ruelas mal iluminadas da cidade do conhecimento entrevemos aqui e ali janelas em que lâmpadas estão acesas e os habitantes no conforto. mas preferimos o sereno. alimentamos, com a esperança da alegria, a angústia do tatear de quem se recompõe, após um tropeço.
postado em 16 de outubro de 2016, categoria aforismos : angústia, aprendizado, conhecimento, escuridão, pedagogia, transparência
após ser sacaneado por seus companheiros de gerenciamento – os suínos, ou os 7 anões – frank é “convidado” a elaborar sua carta de demissão. ao caminhar do seu antigo escritório à sua casa, encontra a loja de armas. o vendedor sorridente lhe incentiva as compras. aqui a narrativa toma outro caminho: dominio de fato presenteia seus ex-colegas: uma glock para barry, uma firestar para sherry, duas usp tactical – uma para kerrie e a outra para richard, e holsters para mary e harry, incluindo uma canhota para perry.
depois de recebidos os presentes, os porcos vão ficando gradativamente paranóicos. frank, perplexo consigo mesmo, e em delírios de morte e vingança, acaba por entrar para a não-vida. a mesma presença do grande suíno negro chafurdando no mar de escuridão do conto original flui, mas ao invés de assassinatos o sobrenatural serve para provocar estados extremos de distúrbio mental. todos acabam dementes, menos richard, é claro. o doutor.
{thomas ligotti, my work is not yet done: three tales of corporate horror , 2010}
postado em 14 de fevereiro de 2016, categoria livros : armas, empreendedorismo, escuridão, fanfic, gerência, o grande suíno negro