o tempo da composição

passei 8 anos construindo uma música. ficou melhor, mais impressionante, mais satisfatória que outras? não. é verdade que é possível que o tempo transpareça, quem sabe. mas ficar dois dias ou mais de 500 horas fazendo algo pode não estar correlacionado com quesitos de qualidade, porque esses quesitos são estabelecidos em relação à consistência própria do construído. o período de trabalho e a perseverança estabelecem paralelos, não muito mais que isso. uma vez, quando estudante, demorei 13 meses para fazer uma música eletroacústica que, após primeira audição, guardei para nunca mais tocar. então a questão seria muito mais se vale a pena fazer o tipo de música que demora meses ou anos para ser feita, sendo sua qualidade, tal como em outros tipos, incerta.


postado em 14 de maio de 2017, categoria comentários : , , , , ,

duas angústias da criação

a angústia que eu sinto quando componho uma nova obra musical é diferente da que sinto quando escrevo um texto acadêmico. a primeira é uma espécie de pânico do tipo como?. a segunda é uma agitação que pergunta por que

nos piores momentos da primeira, sinto-me incapaz. nos piores momentos da segunda, sou um frouxo.

mesmo agora a pouco, tive de retirar da minha dissertação uma frase similar a: “a percepção a partir da ideia de uma ideia que permeia várias de suas aparições”. 


postado em 29 de julho de 2012, categoria Uncategorized : , , , , , , , ,

o bom e (nem tão) velho josé augusto mannis

sobre o homem e sua relação com o mundo. existem (apenas?) duas possibilidades:

1. criar gestos: canalisar a energia do mundo, criar com essa energia movimento e identidade. fazer com que essas intensidades se tornem fluxo. 

2. filtrar: 


postado em 19 de julho de 2011, categoria Uncategorized : , ,