O professor Eric Faden da Universidade de Bucknell criou essa humorada – e informativa – apresentação dos princípios de direito autoral, conduzida pelos mesmos personagens que motivaram a expansão quase perpétua dos termos desse direito (dos Estados Unidos para o mundo). Acessem também: http://cyberlaw.stanford.edu/documentary-film-program/film/a-fair-y-use-tale
“Havia sempre velhos discos abandonados que vagavam pelo estúdio. Um que me caiu às mãos continha a voz preciosa de Sacha Guitry. ‘Sur tes lèvres, sur tes lèvres…’ [‘nos teus lábios, nos teus lábios…’], dizia Sacha Guitry. Mas a gravação foi interrompida por uma tosse na técnica, o que explica o fato do disco ter sido posto de lado como refugo. Me aproprio desse disco, coloco em um outro prato o ritmo tranquilo de um valente barco, depois, sobre dois outros pratos, aquilo que me cai às mãos: um disco americano de acordeon ou de gaita e um disco balinês. Em seguida, exercício de virtuosismo nos quatro potenciômetros e oito chaves de contato.
Aos inocentes as mãos cheias: o Étude n. 5 dito aux casseroles [dos caldeirões] (…) nasce em alguns minutos: no tempo de sua gravação.
(…) No Étude aux Casseroles, a barca dos canais da França, a gaita americana, os sacerdotes de Bali colocam-se milagrosamente a obedecer ao deus dos toca-discos; (…) e quando, em alternância, intervém a lancinante ‘Sur tes lèvres’ entrecortada de tosses, o ouvinte, entretido em uma primeira audição, se satisfaz de bom grado com uma composição tão erudita, tão harmoniosa e tão definitiva. Assim nascem os clássicos da música concreta.”
Pierre Schaeffer ao descrever como realizou e concebeu o Étude aux Casseroles, SCHAEFFER, P. (1952). A la Recherche d’une Musique Concrète. Paris: Éditions du Seuil, p. 28. Traduzido por Alexandre Fenerich.
Desde 2009 tenho ministrado oficinas de Sampleamento Radical, um conjunto de práticas para lidar com a saturação musical dos dias de hoje, ou ainda, um modo eficiente e divertido de ensinar edição de som.
Entre 03 e 04 de outubro, na escola de música Minueto, Belo Horizonte, ministrei uma oficina (conhecida como “o massacre mineiro” – brincadeira) de 13h. O evento foi organizado pela Azucrina Records e tem resultados documentados aqui: azucrinarecords.blogspot.com/2009_10_01_archive.html.
Outros locais em que apresentei foram o Museu da Imagem e do Som de São Paulo – MIS-SP (1 a 24 de abril de 2009), o SESC Avenida Paulista (de 02 a 18 de fevereiro de 2010) e no SESC Pompéia, divertida ocasião em que aprendi a furar CDs com Alexandre Fenerich (era uma oficina dupla), como bem mostra esse vídeo da Oficina de Sampleamento Radical e Confecção de Vinis e CDs Preparados (de 25 a 28 de novembro de 2009).
Fotos completas e alguns videozinhos aqui: Oficinas – álbum de fotos.
Sobre PlunderphonicsPlunderphonics ou, em português, “Pilhagem Sonora” , foi o termo criado por John Oswald para descrever a criação de músicas a partir de samples (amostras) de músicas já fixadas em alguma mídia. Nesse processo, os excertos musicais são recontextualizados, a partir de algumas idéias desconstruir os ritmos de Bad, de Michael Jackson, inverter alguns dos sons e chamar a canção de Dab, por exemplo), e/ou da vontade e necessidade de se apropriar desses excertos. São utilizadas técnicas de edição sonora, música eletroacústica, Djing e computação musical para as diversas criações.
postado em 28 de junho de 2010, categoria Uncategorized : colagem musical, oficinas, plunderphonics, sampleamento, sampleamento radical