neon genesis evangelion 2.22: você (não) pode avançar

quando a sincronia neurológica entre um humano e uma máquina de combate eva é feita, há sempre risco de contaminação; não é desejável que uma máquina dessas seja mal utilizada, ou que o operador entre em um frenesi de morte e destruição.

por mais que crianças e adolescentes tenham problemas, ainda carregam consigo a pureza necessária.

evangelion shin gekijōban: Ha (2009), de hideaki anno, direção de kazuya tsurumaki, masayuki e anno.

 


postado em 25 de maio de 2011, categoria Uncategorized : , , ,

thor

como achei o filme terrivelmente ruim, vou tentar falar pouco dele e mais de uma teoria, já que eu não gostaria de propiciar a ninguém alguma tentação que possa fazer esse alguém incorrer no erro de ver essa película.

quando, na década de 50, john ronald reuel tolkien criara sua terra mítica média, publicando o senhor dos anéis, os povos bons e heróicos eram brancos, europeus, os mais belos e nobres elfos, olhos azuis, os anões irlandeses… já os negros e os asiáticos eram povos malvados, brutos, que se misturavam aos orcs, aos trolls, que gostavam de sarumam.

desde muito, em filmes em que o herói é um europeu americano branco de olhos claros, ou parecido, loiro, ou branco altivo mediterrâneo, para evitar ao máximo de passar a idéia de que um povo malvado e bruto e assustador possa ser uma metáfora para “asiático” ou (mais frequentemente) “negro”; a trupe do herói, seus fiéis companheiros, então, é composta por representantes fidedignos: um negro, um asiático, uma mulher, um francês, quiçá um russo comunista.

a teoria então prediz que logo logo teremos (nessas heróicas batalhas cinematográficas) coadjuvantes árabes, o fiel escudeiro árabe, e o personagem árabe a quem se diz: “este poderia até mesmo ser rei, dada as proezas que executou e sua grande força” (no entanto, é um porteiro, e o rei é o ator de hannibal, um branco barbudo).

ah, e a moral da história, só para constar: coloque seus filhos de castigo.

thor (2011), de kenneth branagh, com chris hemsworth, natalie portman, anthony hopkins e tom hiddleston.


postado em 2 de maio de 2011, categoria Uncategorized : , ,

o primeiro a chegar

uma menina que insiste em tratar de modo arbitrário o amor, em simplificá-lo, transformá-lo em uma tarefa (“é o famoso racionalismo francês”).

se isso tem um quê de narcisismo infantil, como bem adverte o policial, a decisão já foi tomada e não há (supostamente) como voltar atrás. de jogo em jogo, no entanto, um sentimento de incerteza, quando certas naturezas e conflitos afloram.

uma pergunta se delineia: é possível estabelecer um continuum amoroso, em meio relações que se fragmentam ao entrar em contato com diferentes formas de poder?

le premier venu (2007), de jacques doillon, com clémentine beaugrand, gérald thomassin, guillaume saurrel.

 


postado em 17 de abril de 2011, categoria Uncategorized : , ,

cópia fiel

uma mulher encantadora e um homem que é um manual de como irritar essa mulher. 

mas o amor é maior, um amor que abraça o vazio – a relação não é mais do que uma circunstância (fantasiada) no tempo e no espaço.

copie conforme (2010), de abbas kiarostami, com juliette binoche e william shimell.


postado em 11 de abril de 2011, categoria Uncategorized : , ,

bravura indômita

o faroeste sob uma luz límpida, cinza dourada. jogos retóricos quando a linguagem é também um modo de se colocar no mundo, de conquistar, de decepção, intriga, auto-engano, auto-afirmação(e como falam!).

mas há cobras, e uma menina que insistiu em atirar. 

moral: podias teres ficado com o mocinho, mas agora vai ter de estar assim amarga, sem saborear o doce sabor da vingança (a vingança como pura e simplismente uma obrigação).

true grit (2010), de joel e ethan coen, com hailee steinfeld, jeff bridges e matt damon. segunda adaptação do romance de charles portis (1968).

 


postado em 1 de abril de 2011, categoria Uncategorized : , ,

o carteirista

além do balé de dedos, jornais e carteiras, e a impassividade do personagem principal, o filme traça, subterraneamente, como um suspense, a tese de que “só o amor salva”.

“eu acreditei em deus durante 3 minutos.”

mas depois, observem a construção que ressoa estranhamente o dito cristão de que deus escreve por linhas tortas.

“oh jeanne, para alcançar-te, que caminho tive de traçar!”

pickpocket (1959), de robert bresson, com martin lasalle e marika green.


postado em 16 de março de 2011, categoria Uncategorized : , ,

amor marginal / paixão selvagem

o tema do filme: “bunda é bunda”. daí podemos imaginar uma série de deduções e jogos, em português curiosa a sequência “amor anal”, por serem duas palavras de 4 letras, o “n” vir após o “m”, o “o” fechado, enquanto o “a” aberto.

mas decerto há diferenças, quando a câmera gira em torno do casal que se beija, para depois girar em torno das bundas deitadas no lago, esse giro cria uma relação e não uma equivalência.

“oh, meu amor o amor físico é sem esperança eu vou, eu vou e eu venho por entre teus rins eu vou e eu venho e eu me detenho! não! agora não! vem!”

“je t’aime… moi non plus” (1976), de serge gainsburg, com jane birkin, joe dallesandro e hugues quester.


postado em 28 de janeiro de 2011, categoria Uncategorized : , ,