watashi wa watashi

“eu sou eu” – essa frase repetida como bordão, como resposta existencial. qual o estranho fascínio de neon genesis evangelion e guilty crown pelo existencialismo? (vou deixar o estranho fascínio pela família psicanalítica de lado, por não me interessar tanto). essência, caráter, projeto, destino, existência. watashi wa watashi. tenho a capacidade de escolher ser aquele que toma suas ações para si; aquele que, em face do mundo, escolhe ser responsável por suas próprias ações. não há ilusão nisso – se é uma máscara ou uma casca, se o eu é uma miragem, o modo de vida que a afirmação trás, seu tom trágico, é real. shinji e shu. nem ayanami rei nem yuzuriha inori são simplesmente clones, ferramentas, monstros, construções. a existência acaba as humanizando. transumanismo desconstruído. na borda do sonho demasiado humano da tábula rasa, sonho que resultaria enfim em um inumanismo generalizado, a descoberta do humano através das mulheres-ciborgues. essa figura do amor japonês.

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e até que ponto gc, de 2011, não é uma retomada do nge, de 1995? e para dar outro exemplo, a relação entre tima e kenichi, em metrópoles de osamu tezuka. todas as 3 personagens femininas são muito mais interessantes do que o par deckard e rachel, de blade runner. i can’t stop loving you.


postado em 27 de março de 2015, categoria comentários : , , , , , , , , , , , , , , , , , ,

a verdadeira britney spears não é essa

alguns amigos, sabendo que eu, num ato de continuada bizarrice, de 2009 até a presente data, comprei todos os álbuns da britney spears, têm me indicado esse vídeo abaixo.

mas a discussão se a faixa é uma performance especialmente ruim de britney spears ou se ela realmente abusa de autotunes mais correções no estúdio me parece desinteressante. é uma polêmica similar a que compara as declarações aparentemente falsas dela de que “sempre cantou ao vivo” com as mais sensatas acusações de abuso de lip sinc e uso de playback em shows. porque nenhuma das discussões toca no ponto principal: quem é britney spears de fato? e aqui peço que, mais uma vez, deixemos nosso humanismo de lado.

pensemos na menina barbie dakota rose e em todas essas mulheres que são ciborgues a seu modo (mesmo que não sejam modelos de feminismo). talvez esse vídeo de leslie kulesh traga alguma luz  sobre um assunto que, aí sim, considero interessante.


postado em 14 de julho de 2014, categoria comentários : , , , , , , , ,