ideia para um museu

1. em “território fantasma”, william gibson fala de um contêiner cheio de dinheiro sujo, esperando por uma oportunidade de lavagem. enquanto está a esperar, é deslocado de navio em navio, no mar, nunca ancorando. as posições dele são monitoradas por um sujeito que, entre outras coisas, presta serviço para um artista de arte locativa – ele programa roteadores secretos que projetam virtualmente imagens em locais públicos. algo que poderia apenas ser visto com o “google glass” antes do google glass, um dispositivo DIY pré-mercadológico.

2. na exposição do kandinsky no ccbb bh (que aliás, continua sem pagar o dinheiro de apresentações que lá fiz em janeiro), aquele brinquedinho imersivo sem graça, no térreo. mergulhar em uma realidade virtual de cores, um peixe para as formas.

3. eu já não sou um apreciador de kandinsky, acho-o um pintor grosseiro – comparemos com um pavel filonov ou um kasimir malevitch ou com não-pinturas de um el lissitsky. na verdade, eu acho o trabalho de posters sovietes mais interessante e melhor executado, por exemplo, embora sem as preocupações musicais (e em se tratando de preocupações musicais, o suprematismo as tem em melhor forma e certamente paul klee também, na alemanha).

4. gibson, ao explicar porque seus últimos três romances não se passavam em futuros distópicos, como todo o resto dos seus romances e contos anteriores, respondeu: “o futuro é agora, o futuro já está aqui, apenas desigualmente distribuído”.

5. um ex-kgb, muito puto com os donos do contêiner, armou um modo de contaminar o conteúdo com césio, de modo que eles não o percebessem. dinheiro marcado, mas apenas para dectetores de radiação.

6. um museu não precisa mais do que roteadores e celulares, projetores e superfícies, alguns móveis. mapping e esculturas virtuais. sensores e passeios por zonas temporárias.


postado em 14 de julho de 2015, categoria comentários : , , , , , , , , , , , , ,

inscrição-memória-rasura, duas apresentações

vídeo documental da apresentação do dia 18 de maio de 2014, 20h, sesc palladium. trabalho desenvolvido durante o projeto “em residência”, de 02 a 17 de maio. artistas: dorothé depeauw, maya dalinsky, infinito menos (mário del nunzio, henrique iwao, matthias koole). filmagens por thelmo cristovam e natacha maurer, com ajuda de henrique iwao. áudio por thelmo cristovam.

vídeo documental da apresentação do dia 17 de janeiro de 2015, 19h, no ccbb belo horizonte. parte do vac – verão arte contemporânea 2015. filmagem e gravação de som por henrique iwao.


postado em 15 de fevereiro de 2015, categoria performances, vídeo : , , , , , , , , , , ,

imr, vídeos de divulgação

dois vídeos de divulgação do espetáculo inscrição-memória-rasura, de dorothé depeauw, maya dalinsky e infinito menos. próximas apresentações no centro cultural do banco do brasil, belo horizonte, durante o vac 2015, de 15 a 17 de janeiro, 19h.


postado em 11 de janeiro de 2015, categoria publicitade, vídeo : , , , , , , , , ,