o pau brocha: argumento heideggeriano contra o dildo.
“o próprio martelar é que descobre o manuseio específico do martelo” (o ser e o tempo, $15) e “a ferramenta está quebrada, o material inadequado. de qualquer forma, um instrumento está aqui, à mão” (idem, $16).
postado em 27 de outubro de 2015, categoria comentários : beatriz preciado, dildo, filosofia, martelo, martin heidegger, o ser e o tempo, pênis
numa carta para michel cressole, autor de deleuze (eu não li), deleuze enfatiza a noção de transversalidade. parece sincero, tal como um adorno frente ao ativismo nas ruas: prefiro o grande hotel abismo. adorno também estava a praticar a transversalidade e hume diria que é de fato possível ter os mesmos efeitos por meios totalmente outros. frente à frente homossexual de ação revolucionária, o importante ainda é o importante – que cada um consiga aceitar sua própria solidão.
certo. mas então por que preciado insiste em chamar seu texto, no manifesto contrassexual, de a filosofia como modo superior de dar o cu? o que num momento irritado me permitiu escrever a um grande amigo “e depois, à lá deleuze, você diz que é devir-mulher ou então hermafrodita molecular. e eu como radfem-molecular digo que transversalismo é um grande engodo patriarcal.”
postado em 29 de agosto de 2015, categoria comentários : beatriz preciado, cu, david hume, filosofia, gilles delezue, grande hotel abismo, homossexualismo, michel cressole, molecular, radfem, theodor wiesengrund adorno, transversalidade
em virtude da ocasião fúnebre, li um comentário elogioso de beatriz preciado sobre a estratégia de desprivatização do nome próprio realizada pelo ezln (exército zapatista da libertação nacional). o anúncio da morte de marcos, o grande guerrilheiro do século xxi, após 20 anos de comando, levou também a elocubrações sobre o caráter holográfico de sua existência, além de palavras de esperança sobre o insurgente galeano. o comunicado oficial dos zapatistas pode ser lido aqui.
em 2005 participei de um evento da rádio muda em que várias rádios, incluindo uma que o fazia do estado de chiapas, se retransmitiram. na ocasião também, além de uma apresentação da minha acabada banda “henrique iwao & a incrível máquina de ei você não pode fazer isso”, circulou o livro de guilherme gitahy de figueiredo “a guerra é o espetáculo – origens e transformações da estratégia do exército zapatista de libertação nacional”.
uma coisa sempre me fascinava. o sub, de subcomandante. porque ninguém está de fato no comando. ou então: todos.
postado em 27 de junho de 2014, categoria comentários : a incrível máquina de ei você não pode fazer isso, beatriz preciado, ezln, guilherme gitahy de figueiredo, rádio muda, subcomandante marcos, zapatismo