histórias do undo
era um bebe que nasceu falando. os cérebros das pessoas acharam aquilo tão absurdo que imediatamente converteram aquela fala bem articulada (significados) em ruídos e balbúcios sem sentido.
o dia ia começando cada vez mais tarde. um pouquinho aqui, um segundinho ali. o objetivo do dia era virar noite sem que ninguém percebesse, invertendo. a noite o acompanhava, indulgente. para ela não importava. continuaria tudo o mais 12 por 12.
em um determinado dia, finalmente O EVENTO: tudo o que era azul passara a ser verde e tudo o que era verde passara a ser azul. então, nada de verdul ou azerde. as pessoas, entretanto, agora chamavam as cores por nomes trocados.
como a mente e o corpo são distinta e claramente separadas, então essencialmente díspares, um corpo de homem em uma cena, sua dome a torturá-lo, SSC etc, sofria, enquanto sua união com a mente jubilava, e sua mente pensava na falta de necessidade ontológica para a existência da palavra de segurança.
era uma estrela negra, a black star, non shining, sem brilhar, não brilhando naquela noite noturna, em toda a sua ominosa sombrietude. no céu, pontos luminosos. mas não ela.
kim jong-un estava primeiro a olhar coisas. depois passou a não-olhá-las. passou a se chamar kim jong, mas apenas secretamente.
ao se tornar imperador supremo, seria lhe outorgado finalmente o selo mental que dizia: agora, desde agora, a partir e então, todos os seus pensamentos são e serão seus, de você.
antes do undo as vores eram vores e depois do undo.
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(essa série, apesar das datas das postagens, é de dez 2012, jan 2013. vide)
postado em 5 de fevereiro de 2019, categoria prosa / poesia : bdsm, black star, corpo-mente, grue, gx jupitter-larsen, histórias, kim jong-un, linguagem, ludwig wittgenstein, nelson goodman, noite e dia, rené descartes, undo