1. gênio vitalista, schopenhauer-carioca.
2. aristocracismo hippie.
3. deleuze em diálogos com claire parnet, capítulo 1.
postado em 21 de novembro de 2016, categoria comentários : aristocrata, arthur schopenhauer, claire parnet, diálogos, gênio, gilles deleuze, hippie
em a arte de ser feliz (schopenhauer, martins fontes, 2005) encontram-se formulações pré-nietzscheanas que, pessimismo à parte, prefiguram o eterno retorno:
(…) devemos nos habituar a considerar cada fato como necessário: esse fatalismo tem muito de tranquilizante e, no fundo, é correto. Mas da simples lei da causalidade deriva o fato incontestável de que (…) verdadeiramente possível sempre foi apenas o que se tornou ou o que se tornará real. (…) mas aquilo que pode acontecer acontece com certeza, pois, caso contrário, não pode acontecer. [máxima 39]
No caso de uma desventura, não permitir nem mesmo o pensamento de que tudo poderia ser diferente. [máxima 41]
A definição de uma existência feliz seria: uma existência que, considerada em termos puramente objetivos – ou (pois trata-se aqui de um julgamento subjetivo) com uma reflexão fria e amadurecida -, seria decididamente preferível à não-existência. Dessa concepção deduz-se que nos apegamos a essa existência pelo que ela é em si mesma, e não apenas por temermos a morte; isso por sua vez, significa que desejamos vê-la perdurar eternamente. [máxima 49]
postado em 3 de maio de 2016, categoria comentários : arthur schopenhauer, eterno retorno, filsofia, friedrich nietzsche, pessimismo
na livraria de um simpático senhor para o qual o melhor livro já escrito é tuareg, de alberto vázquez-figeuiroa, no centro de belo horizonte, descubro que há uma compilação pós-morte de máximas de schopenhauer intítulada a arte de ser feliz. resolvo comprar, na certeza de encontrar logo no começo do mesmo a afirmação da impossibilidade real da felicidade. satisfeito, considero a máxima 36 representativa:
O meio mais seguro de não se tornar muito infeliz consiste em não desejar ser muito feliz, portanto em reduzir as próprias pretensões a um nível bastante moderado no que diz respeito a prazeres, posses, categorias, honra etc., pois a aspiração à felicidade e a luta para conquistá-la por si só já atraem grandes desventuras. A moderação, por sua vez, é sábia e aconselhável, porque é facílimo ser muito infeliz, enquanto ser muito feliz não apenas é difícil, como também é totalmente impossível.
de forma que a melhor opção de todas é estar sereno (que é uma qualidade que depende em 90% da sua disposição interna e não do mundo exterior), e estando sereno, apenas estar sereno: sem motivos. assim, descobrir o verdadeiro egoísmo, o egoísmo da dissolução sem esforço do eu. auto-ajuda.
após pagar, o livreiro me confidenciaria: “você sabe que a humanidade nos trouxe apenas dois filósofos. um deles foi platão. o outro…” e então olharia pro manualzinho em minhas mãos.
postado em 13 de abril de 2016, categoria crônicas, resenhas : arthur schopenhauer, auto-ajuda, felicidade, livraria van damme, serenidade