dois destinos
1. há um teremoto e falhas em formas de seres humanos aparecem ao norte da montanha amigara. curiosos se aglomeram no local. aos poucos, para o terror de todos, os presentes descobrem-se na procura de seu próprio buraco. achado o encaixe perfeito, veem-se adentrar pela fenda, rumo ao coração da montanha. sem conseguir voltar, contorcem de dor, pois o buraco gradualmente afunila. transformam-se, metros a frente, em um amontoado de fios retorcidos, a emitir lamentos que se confundem com o vento. [o enigma das falhas de amigara, junji ito, 2002]
2. extraterrestres gigantescos consomem a matéria orgânica da terra, transformando-a em um gigante pântano cinza. para sobreviverem, os seres humanos se reinventam como uma raça de parasitas conhecedores de matemática. a vida no interior dos hospedeiros não é, entretanto, fácil. é preciso se reproduzir rápido e na hora correta, recolher-se em um invólucro oval, liberando-se no espaço, na esperança de que alguma hora a vida continue. [phylogenesis, paul de filippo, 1988; há um belo comentário sobre o mesmo por steven shaviro, aqui]
postado em 24 de julho de 2016, categoria resenhas : alienígena, amigara, buraco, destino, junji ito, paul di filippo, phylogenesis, steven shaviro