o não-amanhã
houve uma época em que antes de dormir me fazia a pergunta: e se eu não acordasse no dia seguinte? normalmente, quando não sentia grande apego à existência, quando deixar de ser e deixar de sentir ser poderiam ser equivalentes (no sono não-r.e.m., por exemplo), eu dormia bem.
david hume escreveu que a proposição “o sol não nascerá amanhã” é tão inteligível quanto a que considera que ele nascerá. mas com isso, não discursava nem sobre o sol, nem sobre a possibilidade de uma manhã na escuridão. alguns seres simplesmente somem.
ou melhor: a diferença de sumir e deixar de existir.
postado em 30 de junho de 2016, categoria comentários : amanhã, david hume, evento, morte, sono, sumir