comunicado no.5 do undo

mais de dois nos atrasados, recebo o comunicado 5.

se a realização total é o aniquilamento, então a destruição total só pode ser a não realização, a realização de nada, a absoluta não realização.

se por paramnésia reduplicativa chamamos a crença de que um local foi duplicado, existindo simultaneamente em dois, então nosso mundo foi desfeito e assim, bifurcado; estamos no duplo deslocado. doppelgänger de nós mesmos, seguimos sonambulando.

há décadas, capgras pode ter descrito um delírio muito específico, da substituição de pessoas próximas por sósias idênticos. delírio ou não, philip k. dick já alertava: “até mesmo um paranóico tem inimigos”.

#somostodoshomensdopântano

 


postado em 16 de março de 2016, categoria prosa / poesia : , , , , , , , ,

um poema-plágio roubado de nick land (non-standard numeracies: nomad cultures)

Secretamente, alimentando premonições de matanças,
Gêmeo Superior enterrou Absoluto atrás de um espelho.

Seu Número não é Um.

Se Deus não existe então não há nada que o impeça de acontecer.
Pois para qualquer coisa que possa aparecer quando quer, o melhor lugar para se esconder é a não-existência.


postado em 17 de abril de 2014, categoria prosa / poesia : , , , , , , , ,

a única vitória do modernismo

por quentin melliassoux, the number and the siren: a decipherment of mallarme’s coup de dés (urbanomic, 2012, p. 221-2):

Thus, modernity triumphed and we did not know it. The passionate energy expended, throughout the nineteenth century, upon extracting messianism from its Christian matrix, reinventing a civic religion delivered from dogma, an emancipatory politics beyond the old Salvation; this unprecedent effort, on the part of poets (Lamartine, Vigny, Hugo, Nerval), historians (Michelet, Quinet), philosophers (Fichte, Schelling, Hegel, Saint-Simon, Comte), novelists (Hugo again, Zola) and he who we have never known how to classify, Karl Marx, once more to vectorize the subject with a meaning, with a direction freed from ancient eschatology; all that our masters have instructed us to regard as outmoded par excellence – those dead Grand Narratives, at best obsolete when fermented by solitary researchers, at worst criminal when clothed in the statist finery of Progress or Revolution; all this would nevertheless have succedeed in making one breakthrough up to our times, one only, and at a precise point – a unique Poem that would traverse the twentieth century like a hidden gem, finally to reveal itself, in the following century, as the strangely successful defense of an epoch we had buried under our disenchantments.

Mallarmé would have taught us that modernity had indeed produced a prophet, but an effaced one; a messiah, but a hypothetical one; a Christ, but a constellatory one. He would have architected a fabulous crystal of inconsistency containing, at its heart, visible across its transparency, the gesture of the siren, impossible and vivid, who had engendered it, and engenders it always. In this way the poet would have diffused the ‘consecration’ of his own Fiction among all the readers who agree to nourish themselves on the mental host of his fragmented Pages. And all according to an exacting atheism, for which the divine is nothing more than the Self, articulated with Chance itself.

The Coup de dés as christic crystallization of Chance.

As Christal of Nothingness.

As that which makes no longer being, but the perhaps, the first task – the task to come – of thinkers and poets.


postado em 28 de janeiro de 2014, categoria excertos : , , , , , , ,