quinuaparty evolução
7 domingos antes da festividade pascalina, com o intuito de queimar o estoque de carne salgada, os povos primitivos promoviam enormes churrascos orgásticos, dizem. contudo, como desenvolvemo-nos de modo a não mais sentir a perfeita bilaterlidade de um equinócio, e em suma, perdemos o elo primordial com a natureza, tendo que consultar calendários para sabermos os dias de tão esperado feriado; pois bem, passamos a utilizar geladeiras e, cansados da facilidade da carne congelada, morando em grandes cidades, começamos a sentir pena e compaixão dos animaizinhos, de modo que a única solução possível foi promover festas cujo principal interesse não era mais a comilança mas sim o sexo.
mas isso é apenas metade da história. a outra metade diz: o sistemático cultivo de certas plantas bastante proteicas, quais sejam: a soja, o trigo germinado & as sementes de quinua, resultou que a sociedade hodierna começasse a poder ingerir produtos que a reintegrariam à grande mãe, e a tão desejada organicidade primordial, ao mesmo tempo que não alterariam o estado mental tipicamente racional dos usuários dos mesmos. disso resultaram duas tendências unificadas na forma de uma espiral revolutiva – uma evolutiva (de superação da condição agressiva de seres carnívoros e em rumo ao crescente estado da suprema consciência pacífista) & outra revolutiva (de retorno às práticas holísticas, de integração).
seguindo essas tendências, abaetetuba, “encontro de gente boa”, se apresenta no carnaval revolução, dia 4 de fevereiro, plena segunda-feira de carnaval, às 15h. o evento musical, “nada fixo e nada constante, [onde] tudo [está] em transformação” acontecerá no espaço impróprio, rua dona antônia de queiroz, número 40. a página do meuespaço do grupo pode ser acessada a seguir: abaetetuba. além disso, o nome também remete a uma cidade amazônica, medianamente famosa por sua feira.
um filme de david lynch sobre quinua está disponível na seção de extras do dvd de inland empire. para aqueles que necessitam esperar a comercialização nacional do produto filmográfico, mas estão ansiosos para esperimentar a iguaria à la lynch, aqui vai a receita.
“i don’t cook, but i had this recipe for quinoa. and cooking shows are very popular. so i thought i’d do a cooking thing” (d. lynch).
ps: como curiosidade – todos os anos de nossa atual década, em ordem crescente de dia de data carnavalesca (em relação ao início do ano) –
2005
2002
2007
2004 / 2009
2001
2006
2003
2000
postado em 31 de janeiro de 2008, categoria shows / eventos
Porra, Iwao, “hodierna” é foda. É uma das palavras mais feias da língua .