indiscernível bolo
o que nos fornece ainda mais uma figura para a dificuldade de, no que concerne ao tema da aproximação entre arte e vida, ter e comer o bolo: não tratamos algo sonhado como de fato ocorrido. adicionalmente, não calçamos um bolo indistinguível à distância de um tênis esportivo (mas nesse caso é duvidoso se tampouco o comeríamos. a graça parece estar em mostrar como ele pode ser indistinguível ao tênis, mesmo sendo um bolo – tê-lo e não comê-lo. posso pensar inclusive que a não-determinação quanto a tratar-se ou não de bolo seja justamente a graça).
às vezes a não determinação quanto a ser ou não arte é como o caso do bolo indiscernível de um tênis, na qual basta cortar o tênis para dispersar qualquer dúvida. (não há grandes vantagens em nos treinar a olhar para objetos como possíveis bolos indiscerníveis deles. bolos bons de comer não precisam desse caráter hipermimético e há até mesmo nele uma suspeita de que o bolo em questão seja medíocre ao paladar, tal como muitos cakes de um vermelho brilhante, muito vistoso).
postado em 27 de fevereiro de 2023, categoria aforismos : bolo, doutorado, indiscerníveis, obra de arte, ter e comer o bolo
[…] no blogue principal (contando um comentário sobre como uma tese se desdobra inadvertidamente; um outro sobre um assunto da tese – os indiscerníveis, embora sob o ponto de vista mais relaxado da […]