inferno

o inferno ocorre numa sala. todos foram convocados para a reunião. na pauta: punições e expurgos dos presentes. o evento começa e logo as discussões e questionamentos mostram-se intermináveis. a reunião não tem fim. as punicões e expurgos são mero pretexto.

para jan koole.


postado em 7 de março de 2013, categoria Uncategorized

de volta com esse blog

depois que o twitter resolveu fechar de vez o posterous. como o site travou (posterous), não consigo nem postar mais nele. consegui fazer o backup, mas ainda não defini se volto a usar esse serviço aqui, do blogger, que gosto bem menos. a migração para ele também envolve usar o wordpress como intermediário, conforme relatado nessa postagem aqui. penso em talvez ir para o wordpress mesmo. por hora, postarei no blogger, e no concha, sobre o processo de criação dos álbuns de música do meu duo epilepsia.


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posterous vai fechar

esse blog vai ter de ser transferido para outro serviço blogueiro, ou meu blogspot antigo ou ainda outro. estou fazendo “backup” deste aqui. enquanto isso estou escrevendo sobre os futuros álbuns do meu do epilepsia no concha produz.

embora eu considere escrota a política empresarial do twitter, devo dizer que o pessoal do posterous (agora pessoal novo do twitter) realmente cumpriu com o dito de preparar a possibilidade de migração dos blogues. foram éticos, diz-se.


postado em 1 de março de 2013, categoria Uncategorized : , , ,

praia: antes… quadros

videodança com kandyê medina e julia salaroli. me inscrevi com ele no festival dança em foco.


postado em 26 de fevereiro de 2013, categoria Uncategorized : , , , , , ,

água em bh

gosto de filmar a chuva. no meu flicker antigo existiam algumas delas. essa é a última que filmei. em outra ocasião fiz isso.


postado em 21 de fevereiro de 2013, categoria Uncategorized : , , ,

caribbean blue

instruções:

i. assistir ao videoclipe.

ii. colocar a música de enya em modo repetir e ler a afinação do mundo: uma exploração pioneira pela história passada e pelo atual estado do mais negligenciado aspecto do nosso ambiente: a paisagem sonora, enquanto a ouve.

iii. lembrar do clipe: pensar que o livro retratado nada mais é do que o supracitado, de murray schafer.


postado em 18 de fevereiro de 2013, categoria Uncategorized : , , , ,

paiz sem lei

saiu, no final do ano passado, o novo álbum do tony da gatorra, paiz sem lei. é uma compilação curta, com 6 músicas, das quais a terceira pode ser ouvida abaixo, acompanhando a letra.

mensalão, falcatrua / para calar toda a corrupção / é só doentes, sem hospital / e seguranças não existem ninguém vê / é só miséria, não tem escola / e as crianças sem o leite pra tomar // carnaval, novela e futebol / tem dinheiro para a copa, tem milhões / lá em brasília, no palácio do planalto / trepa-trepa, chega-chega, é só ladrões / e ainda querem a copa no brasil // mensalão, calcatrua / para calar toda a corrupção / é só doentes, sem hospital / e seguranças não existem ninguém vê / é só miséria, não tem escola / e as crianças sem o leite pra tomar / moradia? o povo não têm / mas têm imposto e muitas taxas para pagar / o povo paga, não tem retorno / são os ladrões da consciência nacional / impunidade: terra sem lei / mas tem ministro e deputado a todo lado // carnaval, novela e futebol / tem dinheiro para a copa, tem milhões / mas lá em brasília, no palácio do planalto / trepa-trepa, chega-chega, é só ladrões / e ainda querem a copa no brasil (x2).

para adiquirir o álbum basta tratar com o próprio tony, por e-mail, em <tonydagatorra@hotmail.com>. o custo é de $15 edição em cartolina, $25 em alumínio, mais frete.


postado em 14 de fevereiro de 2013, categoria Uncategorized : , , ,

nihil obstat, para aquiles guimarães

1. só o cavalo. seu som. sua presença. [inicializar o sistema]

2a. jorge entra e faz poses. alguns sons entram e saem, com parcimônia e cuidado [ambientes1, depois talvez conjuntamente e/ou alternadamente com ambiente2]. são como madeiras estalando, pequenos animais andando pelo telhado, eventualmente arrastando algo consigo.

2b. pode ser que o cavalo tropece e caia. seu som caído é diferente. seu som, ao ser levantado fora do chão (por jorge), é ainda outro. não há implicação direta, mas é necessária uma sensibilidade para esse acontecimento.

3a. primeiro balançar das caixinhas. quando jorge solta a primeira entra um som de gaitas [caixinhas1]. o som entra intenso e vai enfraquecendo conforme o movimento das caixinhas vai perdendo vigor. o balançar torna-se menor e o som de certa forma acompanha isso. jorge observa, mas também escuta.

3b. quando já está bastante baixo, há o cavalo e seu barulho. jorge dança. há então um resquício de gaita, para aqueles que quiserem voluntariamente ainda focar nele. estalidos ocasionais, possíveis [também ambiente3, mais leve, talvez possa ser usado].

4. leve balançar das caixinhas, mas sem som, cavalos e estalidos. ou então, apenas o som do cavalo, entra um som com delay e retroalimentação, de estalidos, algum filtro, deixa-o mais agudo – espécie de contraste em que há o estritamente periódico ocorrendo em meio à dança. isso não dura muito, é preciso novo silêncio-cavalo, antes do segundo balançar.

5. segundo balançar das caixinhas. quando jorge solta a primeira caixinha entra um som de trombones [caixinhas2], intenso. jorge desvia delas. os desvios de movimento ajudam também a evidenciar, possivelmente novamente, mas ainda mais acentuadamente, o movimento pendular das fontes sonoras, seu vai e vem, o vai e vem do som emitido por elas. a intensidade do som das caixinhas não diminui. o seu balançar não diminui (jorge se encarrega de reinserir energia nas caixinhas, arremessando-as, soltando-as novamente).

6a. primeira ação no pedal. som muito intenso de aspirador [aspirador]. mascaramento. o foco auditivo deve mudar para a caixa em cima do palco, fonte desse som perturbador. enquanto isso, oportunidade para diminuir a intensidade do som de trombones, de modo que quando jorge desliga o som de aspirador, há ainda som de trombones, mas: a. por um lado eles estão menos intensos do que antes; b. por outro, essa diferença não deve ser mostrada/indicada para a platéia.

6b. jorge aperta de novo o pedal. som muito intenso de aspirador, de novo. mascaramento. o foco auditivo deve mudar para a caixa em cima do palco, fonte desse som perturbador. enquanto isso, oportunidade para diminuir até zerar a intensidade do som de trombones, de modo que quando jorge desliga o som de aspirador, não há mais som de trambones, mas apenas do cavalinho.

ou seja: movimentação das caixinhas [5] para a caixa amplificada em cima do palco [6a], de volta para as caixinhas, com um fundo de cavalo, para a caixa amplificada de volta [6b], e por fim para a ausência do som das caixinhas, seguida do reconhecimento do som do cavalo, parando no cavalo.

7. silêncio-cavalo. jorge vai pegar uma lâmpada e balançá-la. pêndulo, como nas caixas, mas o ir e vir agora é um ir e vir de delays, de repetições e retroalimentações – sons de microfone de contato; sutis, leve balançar. movimento-som [período do delay imita o período do balanço, usando para tal cálculo a função tap]. quando jorge começa a girar no alto a lâmpada, há uma filtragem do som-delay, rumo ao agudo [cortar de pouco em pouco os graves], ao mesmo tempo que uma diminuição da intensidade do som. a intenção é a seguinte: fazer uma transição suave do som-delay para o som que a lâmpada produz ao ser girada rapidamente.

8a. segunda ação no pedal. a cada pisada que jorge dá, um som novo, de intensidade média: mágica – focos de percepção: o pé de jorge e a caixa em cima do palco. primeiro cordas e romantismo, volta do tema dos trombones [pedal1], depois: brinquedo e acorde de dó maior [pedal2], brinquedo louco [pedal3], quak (piada com o espetáculo anterior) [pedal4], pulso [pedal5], campainha de teatro [pedal6], sons de cavalos relinchando (volta do cômico, para do som quak de pato) [pedal7], novamente o primeiro som (relações de dois a dois reforçada) [pedal1].

8b. novo apertar do pedal e surge um trecho de canção tradicional japonesa: teru-teru bozo. a letra completa, implícita, é a seguinte:

teru-teru-bozu, teru bozu / faça amanhã um dia ensolarado / como o céu de um sonho que tive / se estiver sol eu te darei um sino dourado // teru-teru-bozu, teru bozu / faça amanhã um dia ensolarado / se meu sonho se tornar realidade / nos beberemos muito sakê // teru-teru-bozu, teru bozu / faça amanhã um dia ensolarado / mas se chover você estará chorando / então eu cortarei a sua cabeça com a tesoura

(por isso o som de tesouras. e a eminência de jorge, em [9], de pisar no cavalo). durante essa mini-canção, deve-se tocar ruídos, ao vivo, com delay e retroalimentação (efeitos que devem evocar um pouco [7]).

9a. jorge desaperta o pedal de volume. no ambiente, sobram alguns sons de delay da improvisação de ruídos. jorge aperta-o de novo, começa tocar a peça fafa#sol [final1] na caixa em cima do palco. gradativamente o som sai dessa caixa e vai para o pa [crossfade entre caixa em cima do palco e pa. o lado direito do pa deve estar tocando o material base, mais similar à caixa em cima do palco, também do lado direito]. esse processo é lento o suficiente para que se perceba uma mudança de espaço sonoro gradual, mas não lenta o suficiente para que não se perceba os dois pólos como separados – caixa em cima do palco e depois apenas p.a.

9b. o som está razoavelmente intenso – é como um rock, energias de repetição, de explosão, criação de um ambiente com algo de catártico. não se ouve bem o cavalo. o cavalo não está mais tão presente. depois de dançar, jorge chama a atenção para a menor presença do cavalo – se irrita com ele, provavelmente o despedaça: “aí está o cavalo, afinal”. jorge para em frente as caixinhas. agora jorge puxa as caixinhas para trás – movimento contrário, cujo resultado deve ser contrário. quando jorge solta as caixinhas, silêncio. sobram as caixinhas balançando sem som (talvez um resquício do que seria o cavalo, nada mais, fim).


postado em 13 de fevereiro de 2013, categoria Uncategorized : , , , , , ,

carnaval #4

considere-se o carnaval como a articulação de três classes de objetos: blocos carnavalescos, ajuntamentos a-carnavalescos e não-blocos.

1. a violência alegre com que um bloco empurra um não-bloco; a melancólica infiltração com que um não-bloco dissipa um bloco.

2. um ajuntamento a-carnavalesco do tipo “fome-almoço” a se formar ao meio dia.

3. não-blocos em movimento, varrendo a cidade com suas formações não-humanas, subindo e descendo – pequenos desertos, confetes ao vento, não-encontros, manchas de tinta. relação de exclusão com os blocos e de permeabilidade aos ajuntamentos.


postado em 12 de fevereiro de 2013, categoria Uncategorized : , ,

alvaro clemente e seu exercício de voz

muita gente têm assistido aos vídeos em que alvaro clemente exercita sua voz.

o exercício cobre a prodigiosa extensão de dez oitavas, indo do cavernoso grave ao mais estridente agudo.

que seja absurdo e cômico obscurece ainda mais o que poucos percebem: que é de fato um exercício de voz sobre as dez oitavas. que exercitar a voz é exercitar a mente. que se trata de um exercício de mentalização. que a voz é parte da mente. que a mentalização correta harmoniza a voz no seu percurso, do extremo grave ao extremo agudo, dentro da mente. que a exterioridade da voz, o “móoouuu”, está materialmente apta a harmonizar-se com a extensão prodigiosa, desde que corretamente mentalizada. de que a mentalização da voz e a exterioridade vocal, o som, são a voz. portanto, nada disso.


postado em 9 de fevereiro de 2013, categoria Uncategorized : , , ,