perdendo tempo

1. uma vez em salvador, pergunto se o ônibus é ali mesmo. deve ser. mas olhe, demora pelo menos 40 minutos pra passar. no final esperei. mas não era ali. de qualquer forma, fiquei com isso na cabeça. não importa quando, demora pelo menos 40 minutos pra passar. ultimamente, entretanto, tenho achado que, fora da cidade de são paulo, não importa nem onde. nem quando nem onde.

2. quando pego a raquete elétrica vermelha na mão, um contador dispara e acumula minutos. a ideia é entender quanto tempo produtivo eu perco matando pernilongos, por semana.

3. as instruções para uma performance dizem-nos o seguinte:

antes de qualquer ação que não tomar café, preparar mais café ou tornar preparar café imediatamente possível e preparar café, e então tomar café.


postado em 6 de março de 2018, categoria comentários, obras, performances : , , , , , ,

no mesmo palco que maria bethânia

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melhor no inhotim seria solo tocar
meu cachê foi todo embora
numa compra no verdemar
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coletivo d’istante no inhotim, 25 de outubro de 2015, fotos de daniela paoliello.

{ps: o poema ruim retrata uma realidade social mas não a opinião individual do autor.}


postado em 19 de janeiro de 2016, categoria performances, prosa / poesia : , , , ,

inscrição-memória-rasura, duas apresentações

vídeo documental da apresentação do dia 18 de maio de 2014, 20h, sesc palladium. trabalho desenvolvido durante o projeto “em residência”, de 02 a 17 de maio. artistas: dorothé depeauw, maya dalinsky, infinito menos (mário del nunzio, henrique iwao, matthias koole). filmagens por thelmo cristovam e natacha maurer, com ajuda de henrique iwao. áudio por thelmo cristovam.

vídeo documental da apresentação do dia 17 de janeiro de 2015, 19h, no ccbb belo horizonte. parte do vac – verão arte contemporânea 2015. filmagem e gravação de som por henrique iwao.


postado em 15 de fevereiro de 2015, categoria performances, vídeo : , , , , , , , , , , ,

rapadura mônada e cerveja noumena

2014-08-05 rapadura mônada 2

em inferno, da banda efeito gruen, insisti para que a cerveja usada chamasse noumena (talvez algum dia o edson fernando possa produzer alguma variedade com esse nome). no clipe, aproveitei pra divulgar a camiseta competition, de hugleikur dagsson, e o livro the thirst of anihilation, de nick land.

pós-escrito: gosto muito desse quadrinho, a alegorizar a teoria da harmonização da mente e corpo, de leibniz.


postado em 1 de janeiro de 2015, categoria comentários, fotografia, performances : , , , , , , , , , , , ,

o brasil não chega às oitavas

novo álbum/performance minha, especial para a copa do mundo, pode ser baixado aqui.

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#obrasilnãochegaàsoitavas encarte 2


postado em 12 de junho de 2014, categoria música, performances : , , , , , , , ,

Avenida Paulista Eu Te Amo No. 2

[avp02] 01

Para a quarta-feira de cinzas do carnaval de 2009, planejei um bloco de carnaval eletrônico, com o mesmo trajeto feito em 17 de setembro de 2008, na performance Avenida Paulista Eu Te Amo No. 1. A idéia era festejar de manhã e sair pra rua na hora do almoço, quando os executivos e comércio da avenida estivessem voltando ao normal.

Os instrumentos teriam sido produzidos na terça-feira, quando o bloco (o qual chamei de Acadêmicos da Vila Nova Conceição, referindo-me ao bairro no qual a sede do Ibrasotope faz parte) sairia festivamente nas proximidades do Ibrasotope.

Como ninguém apareceu na terça, eu e Pan&Tone fomos sozinhos à Avenida Paulista na quarta, onde encontramos Pedro Galvão e André Bandeira, que participaram da performance.

[avp02] [avp03 - cancelado] academicos h.i.

Mais fotos podem ser vistas aqui.


postado em 27 de novembro de 2010, categoria performances

Improvisos com luzes, novembro de 2010

2010. improviso 17 nov (1)

Resolvi tentar improvisar usando a luz como elemento musical, além dos meus habituais objetos (como pentes, grampeador, espátulas, dados, bichos de pelúcia). Esse vídeo respondeu à necessidade de filmar uma improvisação livre solo para a aula de pós-graduação da USP “Os Territórios da Improvisação: Pensamento e Ação Musical em Tempo Real”, ministrada pelo prof. Dr. Rogério Costa.

Eu já tinha escrito, em um outro trabalho acadêmico: se é fato de que “música” não é por si uma arte meramente sonora / auditiva, mas que se agencia em torno do som e da tradição musical, também é possível pensar que, a partir do ouvido e da escuta e para o ouvido e a escuta, agregamos outros sentidos, aparatos, dispositivos. Dessa forma, tentei “tocar a luz”, não como um iluminador ou como um operador de luz, mas como o músico que sou! (frase brega!).

Nesses improvisos, também incluo como fator importante a apreensão de características de intencionalidade do improvisador (se está deciso, indeciso, pensando, em pânico, se está forjando estar indeciso, etc). Por isso tento deixar bastante aparente expressões corporais e faciais que possam dar informações ao espectador nesse sentido, traçar contrapontos, preencher as pausas sonoras com titubeios.

Momentos em que se olha para frente, há a mini-tábua, o microfone de contato, um pente azul jogado, ao lado o estrobo, a caixa-clara, do outro a luminária, o rádio e uma filmadora na diagonal esquerda, o pim e a outra luminária na diagonal à direita, no chão a pedaleira de efeitos, os pedais de volume, em baixo da mesa a caixa de objetos, acima a mesa de som, os cabos passando de um lado a outro, são 9 cabos, entre a frente e a traseira direita a caixa de papelão com bichos de pelúcia, a coruja, o pisco, o guaxinim, e alguns nãos, tudo ao mesmo tempo, a capacidade de analisar começa a falhar, pego a espátula mas não vou usá-la, já fiz isso, eu sei o que aconteceria, e se… e de-repente um leve pânico: eu não sei onde estou – e a paralisia, mas estou com a espátula na mão, pego um imã e raspo (eu sei raspar), é isso, eu estou aqui, vou subir esse pedal, mas não vou mexer nesse cabo, vou girar isso para que o som ressoe na caixa (giro o botão errado e nada acontece) – estou agaixado, é melhor olhar então com cara de que está tudo errado, ver se a câmera capta isso, e mexer em todos os botões, um por um, pro outro lado, até memorizar e remexer e deixar apenas o correto, a outra mão ainda está raspando o imã, e o pé direito quer desligar a luz, mas está de tênis, é difícil assim, eu deveria estar descalço.


postado em 25 de novembro de 2010, categoria música, performances

Avenida Paulista Eu Te Amo No. 1


17 de set, 00h48: uma idéia de última hora, que faremos hoje mesmo na hora do almoço…

Henrique Iwao + Pan&Tone: travessia a pé da Avenida Paulista, do início ao fim, contra-fluxo (calçada Jardins). Quarta feira, 17 de setembro de 2008, das 12h30 às 13h15. Apoio: Ibrasotope. Série: [avp01]. Instrumentos por Pan&Tone.

www.myspace.com/henriqueiwao
www.myspace.com/ibrasotope
www.panetone.net

28 de set, 23h00: um pequeno trecho do áudio da performance (notem que o microfone estava no meu bolso, de modo que foi muito bem registrada a caminhada, a velocidade dos passos, as cadências e as breves pausas).


A travessia durou mais ou menos 38 minutos, do Sesc Avenida Paulista até a Drogaria depois da Bela Cintra. Outro pequeno trecho.



O Carteiro dos Infernos: o mini-amp mais simples do mundo, um chip LM386 e dois capacitores ( um de 220 uF (micro-Farades) e outro de 10 – o maior do pino 5 até a caixa de som; o menor do pino 1 ao 8; a energia entra pelo pino 6 e o áudio pelo 3; o aterramento é feito pelo pino 4).


Depois da construção dos dois mini-amps: vinho para dormir bem (o vinho, apesar de muito associado ao romance e o galanteio, também vai muito bem em celebrações de amigos comparsas e companheiros).


Ps1: apesar da minha tentativa de demonstração de como é glamuroso fazer seu próprio amplificador e sair andando pela Avenida Paulista com ele, um fato permanece: compramos um vinho Valdevina barato, muito ruim por sinal.

Ps2: faltou aqui a foto que imprudentemente deletei: meus lábios cheios de rachaduras e sangrando na parte de dentro superior. Aquela caixa bonitinha, QuadBox, tem dois buracos brancos onde foram inseridos garras de jacaré. Segurando em cada garra, fecha-se o circuito e a caixa produz som. Apertando mais as mãos, o som fica mais agudo (menos resistência à corrente elétrica). Então, se você colocar as garrinhas nos lábios umedecidos, fica extremamente agudo o som, agora, o resultado disso foram as mencionadas rachaduras e sangramentos.


postado em 17 de setembro de 2008, categoria performances