ano que vem eu faço
era um prazo que se apresentava como absurdo para nós. um prazo final ainda para esse ano. um prazo de final de ano, verdadeiramente. um prazo cuja data era 31 de dezembro.
(o prazo em si não parecia absurdo, mas sim a data. trabalhos possuirem prazos é algo da ordem do aceitável. alguma hora o fruto do trabalho deve amadurecer. marcamos uma data para nos impedirmos de postergar esse amadurecimento indefinidamente).
é que o ano vai aos poucos terminando. e nesse processo, a soma das expectativas de que termine aumenta. os dias acumulam e o final se aproxima. o acúmulo de expectativas então contagia. torna-se impossível não levá-lo em conta. torna-se impossível realizar qualquer tarefa produtiva sem levar esse acúmulo em conta.
(trabalhar levando em conta a expectativa de que o ano acabe é extenuante. se ela o é para aqueles que anseiam cada vez mais pela pausa, fadigados que estão de tanto trabalhar, ela também o é para aqueles que, desocupados, se veem contagiados por essa ânsia)
acontece que o que terminaria com o ano não seria apenas o ano, mas também o prazo. e o prazo indicaria que haveria algo a fazer: trabalho.
(resultado: estenderam o prazo para 15 de janeiro).
postado em 27 de dezembro de 2024, categoria comentários : final de ano, prazo, prazo final