alvinismos
exceto os poemas-coleta de uma, duas ou três linhas, posso dizer que não gosto do que francisco alvim escreve (há excessões talvez, ou apenas uma, anamnese). entretanto, essas minicrônicas valem toda uma antologia e mais: pena que não são tantas. resta a algum espírito jovial registrar em mesmo estilo, durante toda uma vida, tais maravilhas que, de tão aparentemente banais, podem não ser distinguidas, tais como ostras no fundo do oceano.
O QUE FOI DELE?
Nós não brigávamos
Combinávamos demaisIRANI, MANDA GILSON EMBORA
Eu mando
mas ele não vaiMESMO?
Vou ali
Volto jáNESTE AÇOUGUE
quero ser carne de segundaME VINGO
As pessoas se esquecem
que deixam filhosARREPENDIMENTO
Eu não devia ter nascidoELE
Quero uma metralhadora
pra matar muita gente
Eu mato rindoPAIXÃO
Se tivesse um remedinho contra
eu tomava
{francisco alvim, poemas [1968-2000]. 7 letras/cosacnaify, 2004}
(observação: como estão em ordem inversa de publicação de livros/conjuntos, seria muito mais adequado que chamassem poemas [2000-1968]. ademais, amostra grátis é, segundo a própria edição, de 1957-63!)
postado em 13 de janeiro de 2016, categoria livros : crônicas, francisco alvim, miniaturas, ostras, poemas [1968-2000], poesia